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MP abre investigação de homicídio culposo sobre naufrágio na Itália

Tragédia com veleiro de luxo deixou sete mortos no sul do país

Redazione Ansa

(ANSA) - O Ministério Público de Termini Imerese abriu neste sábado (24) uma investigação de homicídio culposo sobre as mortes do bilionário britânico Mike Lynch e outras seis pessoas no naufrágio de um iate de luxo na costa da Sicília, no sul da Itália.
    Em entrevista coletiva, o promotor italiano Ambrogio Cartosio anunciou que até agora o inquérito não tem nenhuma pessoa individual como alvo, mas que "poderia ser possível" incluir quaisquer suspeitos na investigação antes da recuperação do veleiro.
    "O processo foi aberto contra desconhecidos com a hipótese de acusações de naufrágio culposo e homicídio culposo" por negligência, informou.
    Segundo Cartosio, os sobreviventes da tripulação "não devem permanecer na Sicília, porque não há obrigação legal", mas precisam "dar a máxima disponibilidade" se tiverem que prestar depoimento.
    A única exceção é o comandante, o neozelandês James Cutfield, que deverá ser ouvido novamente.
    Durante a coletiva, os promotores, incluindo Raffaele Cammarano, que está coordenando a investigação, classificaram a tragédia como "um evento repentino e abrupto", tendo em vista que o veleiro foi "atingido por uma forte tempestade".
    "Os passageiros não tiveram tempo de escapar porque estavam dormindo em suas cabines a bordo do iate, que era de propriedade de Lynch", disse o promotor, destacando que "havia um tripulante na ponte quando ocorreu o temporal".
    De acordo com Cammarano, agora "a investigação visa precisamente perceber o que aconteceu", principalmente porque "os ocupantes do veleiro tinham desembarcado em Cefalù no dia anterior. Não tinham desembarcado em Porticello".
    Além disso, explicou que, "no momento, não temos certeza de que exista uma caixa preta". "Nesta fase o foco está na busca. Temos que aguardar a recuperação do veleiro. Não podemos confirmar se as portas estavam abertas", acrescentou.
    Cammarano também se desculpou pelas escassas informações que conseguiu dar aos repórteres até agora, explicando que, sob a lei Cartabia, elaborada pela ex-ministra da justiça Marta Cartabia, "na Itália você não tem permissão para fazer o contrário".
    Por fim, revelou que "os tripulantes não foram submetidos a testes de álcool ou drogas", porque "estavam em grande estado de choque e precisavam de tratamento".
    "Os passageiros provavelmente estavam dormindo, por isso permaneceram na cabine. Ainda estamos investigando isso com base nas histórias dos sobreviventes", continuou, lembrando que os mortos encontrados na mesma cabine não dormiam todos no mesmo lugar e levantando a hipótese de que talvez as vítimas estivessem "à procura de bolhas de ar".
    Tragédia - O iate afundou na última segunda-feira (19) devido a um tornado repentino enquanto estava estacionado no Porto de Porticello, nos arredores de Palermo. Uma câmera de segurança de uma residência próxima do local do incidente mostrou que a embarcação desapareceu em apenas 60 segundos.
    Chamado Bayesian, o veleiro tem 56 metros, pesa 473 toneladas e foi construído pelo estaleiro Perini Navi em Viareggio, na Itália, para realizar viagens de luxo. A embarcação tinha bandeira britânica e levava 12 passageiros e 10 tripulantes.
    Além de Lynch e sua filha, Hannah, de 18 anos, a tragédia matou Ricardo Thomas, cozinheiro da embarcação; Jonathan Bloomer, presidente do banco Morgan Stanley International, e sua esposa, Judy Bloomer; o advogado de Lynch, Chris Morvillo, e sua mulher, a designer de joias Neda Morvillo.
    Lynch havia levado amigos e familiares para o iate Bayesian para celebrar o fim de um processo legal de 12 anos decorrente da venda bilionária de sua empresa de tecnologia para a HP. (ANSA).
   

Esposa de bilionário deixa hotel no sul da Itália após naufrágio

Angela Barcares, esposa do magnata britânico Mike Lynch e mãe de Hannah, ambos mortos no naufrágio de um veleiro de luxo na costa da Sicília, no sul da Itália, e outros seis sobreviventes deixaram o hotel em Santa Flavia, em Palermo, neste sábado (24).

Já os nove tripulantes que também sobreviveram à tragédia vão permanecer hospedados no hotel Domina Zagarella, incluindo o comandante do iate, o neozelandês James Cutfield, que deverá ser interrogado novamente nos próximos dias, como disse hoje o procurador da Termini Imerese, Ambrogio Cartosio.

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