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Conselho da Europa acusa polícia da Itália de racismo

Relatório foi criticado pela primeira-ministra Giorgia Meloni

Policias no porto de Crotone após desembarque de migrantes

Redazione Ansa

(ANSA) - O órgão independente de monitoramento de Direitos Humanos do Conselho da Europa (ECRI) acusou a polícia italiana de discriminação racial durante suas atividades de controle, vigilância e investigação, especialmente contra a comunidade cigana e pessoas de origem africana.
    A denúncia foi feita no último relatório dedicado à com.br/brasil/noticias/ultimo_momento/2024/09/09/homem-mata-brasileira-na-frente-de-3-filhos-na-italia_53f08dc3-57eb-43cb-98a7-a59543799218.html">Itália, atualizado em abril de 2024 e publicado nesta terça-feira (22), e destaca que "as autoridades não parecem estar cientes da relevância do problema e não consideraram a existência de discriminação racial como uma forma potencial de racismo institucional".
    O ECRI destaca que, durante a sua visita à Itália, recebeu muitos testemunhos de discriminação racial por parte da polícia, especialmente contra a comunidade cigana e africanos.
    Desta forma, pede ao governo italiano um estudo completo e independente sobre a situação, com o objetivo de "identificar e abordar qualquer prática de discriminação racial por parte dos serviços responsáveis pela aplicação da lei". Estrasburgo avaliará então, dentro de dois anos, se a recomendação foi seguida.
    Além disso, o ECRI observou com séria preocupação que o discurso público italiano se tornou cada vez mais xenófobo nos últimos anos e que as discussões políticas assumiram tons altamente divisivos e antagônicos, em particular em relação aos refugiados, requerentes de asilos e migrantes, bem como cidadãos italianos com antecedentes migratórios, ciganos e a comunidade LGBTQIA+.
    "Infelizmente, um certo número de declarações e comentários considerados depreciativos e cheios de ódio são de políticos e funcionários públicos de alto nível, especialmente em períodos eleitorais", acrescentou o texto.
    O órgão do Conselho da Europa também acredita que "os partidos devem adotar códigos de conduta apropriados que proíbam o uso de discurso de ódio, convidar os seus membros e seguidores a absterem-se de pronunciá-lo, apoiá-lo ou divulgá-lo e aplicar sanções caso não o façam".
    Por sua vez, a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, publicou uma mensagem em suas redes sociais na qual critica o relatório e enfatiza que as forças policiais do seu país merecem respeito.
    "Nossas forças de segurança são compostas por homens e mulheres que, todos os dias, trabalham com dedicação e abnegação para garantir a segurança de todos os cidadãos, sem distinções", declarou a premiê.
    Segundo Meloni, todos "eles merecem respeito, não tais insultos". (ANSA).
   

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