(ANSA) - A Itália celebra neste sábado (26) os 70 anos do retorno da cidade portuária de br/brasil/noticias/viagem_e_turismo/2024/10/16/trieste-na-italia-e-tendencia-turistica-mundial-para-2025_26f274a5-07bf-4207-bdb5-9520bc2d131d.html">Trieste, capital da região de Friuli-Venezia Giulia, ao país, ocorrido em 26 de outubro de 1954.
A data marca o dia em que soldados do Exército italiano entraram no município, assim como navios militares, em um último passo de uma longa controvérsia diplomática iniciada após a Segunda Guerra Mundial, na qual se opuseram não apenas os interesses da Itália e da Iugoslávia, mas também os dos Estados Unidos e da União Soviética.
A questão dos territórios da fronteira oriental entre a Itália e as atuais Eslovênia e Croácia foi uma das mais difíceis de resolver principalmente devido às múltiplas identidades culturais.
No dia 26 de outubro de 1954, a "Piazza Grande" de Trieste, hoje Piazza Unità d'Italia, uma multidão se reuniu na praça e, ao meio-dia, o então prefeito Giovanni Bartoli proclamou: "A Itália está de volta!". Na sequência, a multidão entusiasmada "enlouqueceu" de alegria em um suspiro coletivo. A bandeira tricolor tremulou no morro San Giusto.
Não foi apenas uma questão local: aquela parte de terra que incluía Trieste e a sua província era a última peça que faltava para completar o "quebra-cabeça" da Itália do pós-guerra.
Hoje, a cidade de cerca de 200 mil habitantes, situada no nordeste italiano, em uma estreita faixa de terra entre o Mar Adriático e a fronteira com a Eslovênia, foi homenageada durante a cerimônia de hasteamento da bandeira na Piazza Unità d'Italia.
"Trieste já não é a cidade na periferia da Itália e da Europa, mas sim o centro de uma Europa enraizada em uma identidade comum feita de raízes, liberdade, democracia, trabalho e oportunidades", diz uma mensagem enviada pela primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, por ocasião da comemoração.
De acordo com ela, esta "é uma cidade que, pela sua posição geográfica, está no centro de eixos estratégicos e pode aspirar a tornar-se uma grande plataforma logística projetada para o Adriático e, portanto, para o Mediterrâneo e mais além".
No texto, Meloni falou ainda das "grandes perspectivas de crescimento" para Trieste, "que poderia surgir do desenvolvimento do corredor econômico Índia, Oriente Médio e Europa, que a Itália contribuiu para dar vida no G20".
A premiê italiana destacou que esta é uma iniciativa que define como "estratégica fundamental" e da qual "pretendemos ser protagonistas e na qual podemos desempenhar um papel decisivo".
Se Trieste é "ao mesmo tempo 'a mais italiana' e 'a mais centro-europeia' entre as cidades italianas", é também "uma ponte natural entre a identidade italiana e latina, com a dos povos eslavos e germânicos mais próximos de nós", afirmou.
Neste sentido, Meloni levanta a hipótese de "um papel de liderança também na projeção para os Balcãs Ocidentais, região que sempre teve uma importância fundamental para a Itália".
"Tudo o que acontece além do Adriático nos interessa e temos uma grande responsabilidade para com uma região que não pode ficar fora da casa comum europeia por muito mais tempo", continuou.
Por fim, a chefe de governo anunciou que, "também e sobretudo por esta razão, a Itália continuará a trabalhar para que o processo de reunificação dos Balcãs Ocidentais com a Europa possa continuar, com entusiasmo e determinação".
"A alma de Trieste, imbuída de uma italianidade profunda e atormentada, pede perspectiva, orgulho, futuro e estamos prontos para apoiar esta ambição porque Trieste faz parte de nós", concluiu Meloni. (ANSA).
Itália celebra 70 anos do retorno da cidade de Trieste
Premiê Giorgia Meloni enviou mensagem por ocasião da data