Último momento

Argentina detém italianos com bebê de barriga de aluguel

Mulher teria sido contatada por meio de grupo no Facebook

Aeroporto de Ezeiza, em Buenos Aires

Redazione Ansa

(ANSA) - Dois cidadãos italianos foram detidos no Aeroporto de Ezeiza, em Buenos Aires, na br/brasil/noticias/ultimo_momento/2024/10/30/argentina-segue-com-buscas-por-desaparecidos-em-colapso-de-hotel_dae98d12-4792-498a-b3ae-da264cfdcd35.html" target="_blank" rel="noopener">Argentina, quando tentavam regressar a seu país com um bebê recém-nascido resultante de uma gravidez obtida por meio de barriga de aluguel.
    A notícia foi publicada pelo jornal La Nación, que, no entanto, não revelou a identidade dos dois homens - um deles é um oncologista de Pádua. O casal foi detido na madrugada entre sexta (25) e sábado (26) e admitiu que a criança foi gestada por uma mulher da cidade de Rosario.
    O acordo previa que a menina, nascida em 10 de outubro em uma clínica de Buenos Aires, seria depois criada pelos dois indivíduos na Itália, cujo Parlamento aprovou recentemente uma lei que torna o útero de substituição, outro nome para barriga de aluguel, "crime universal", ou seja, passível de processo mesmo quando a prática é realizada no exterior.
    "Trata-se de um caso muito difícil", disse um funcionário argentino que acompanha o episódio, acrescentando que o tema não é regulamentado no país.
    No entanto, segundo La Nación, os investigadores não miram o casal italiano nem a mãe biológica do bebê. Os três são tidos como "vítimas" de uma suposta organização que explora a necessidade de mulheres em situação de extrema vulnerabilidade e pessoas que desejam ter um filho.
    Essa grupo teria um braço nos Estados Unidos e se comunicava com a mulher por meio de mensagens temporárias. Intermediários teriam se ocupado de organizar exames e tratamentos e feito um plano de saúde de um ano, alugando para ela um apartamento no bairro de Recoleta, região nobre de Buenos Aires, até o parto.
    A mulher no centro do caso teria sido contatada por meio de um grupo de Facebook e recebido 6 milhões de pesos (R$ 35 mil) seis meses depois do início da gestação. O pagamento teria sido feito em um bar de Rosario por meio de uma emissária da organização. Ela também contou que, quando tinha 18 anos, doou óvulos em troca de dinheiro, assim como outras garotas de seu bairro em Rosario.
    Ainda de acordo com La Nación, o casal italiano fez pelo menos duas tentativas de deixar a Argentina antes de ser detido em Ezeiza. A primeira foi em 23 de novembro, quando a mãe se apresentou no Aeroparque, também em Buenos Aires, com um dos dois homens para autorizá-lo a viajar sozinho com a menina.
    No entanto, autoridades migratórias perceberam que a mulher tinha uma postura distanciada do bebê e que havia uma grande disparidade socioeconômica em relação ao italiano. Os dois então foram embora sem concluir o procedimento.
    No dia seguinte, tentaram repetir a dose, mas em Ezeiza. Ambos estavam registrados como pais da criança, mas agentes de imigração desconfiaram pelo fato de a mulher ser residente em Rosario, enquanto o homem havia viajado à Argentina apenas uma vez, em agosto de 2023, o que descartava a hipótese de concepção natural.
    Na sexta-feira, o casal italiano tentou outra estratégia: embarcar todo mundo junto para a Itália, incluindo a mãe e a criança. O grupo viajaria em um voo da Air France que decolaria de noite, mas acabou impedido por uma proibição de deixar o país expedida quando eles estavam na área de pré-embarque. (ANSA).
   

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