(ANSA) - O Exército da br/brasil/noticias/ultimo_momento/2024/12/04/guerra-na-siria-mata-mais-de-700-em-uma-semana_243d7554-c76b-4858-942c-4dc4ac798da2.html">Síria admitiu nesta quinta-feira (5) que não tem mais o controle de Hamã, cidade estratégica no centro do país e que fica quase a meio caminho entre Aleppo, já dominada pelos rebeldes, e a capital Damasco.
"Nas últimas horas, com a intensificação dos confrontos entre nossos soldados e grupos terroristas, esses grupos conseguiram romper uma série de eixos na cidade e entraram nela", diz uma declaração do Exército de Bashar al-Assad.
Essa é a primeira vez desde o início da guerra civil na Síria, em 2011, que o regime perde o controle de Hamã, um dos maiores municípios do país e tido como essencial para a proteção de Damasco, situada 220 quilômetros a sul.
A tomada da cidade pelos rebeldes acontece poucos dias após a queda de Aleppo, principal município do norte da Síria e que marcou o início de uma ofensiva relâmpago de milícias lideradas pelo grupo islamita Hayat Tahrir al-Sham (HTS), ou Organização para a Libertação do Levante.
Um morador de Hamã, Mahmud, contou à ANSA que o município está "isolado e sem internet" há várias horas. "Estamos trancados em casa", acrescentou. Além disso, as milícias invadiram a prisão central da cidade e libertaram prisioneiros.
De acordo com a ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), mais de 720 pessoas já morreram na atual espiral de violência, iniciada em 27 de novembro, no mesmo dia da entrada em vigor do cessar-fogo entre Israel e Hezbollah no Líbano.
O líder do HTS, Abu Mohammad al-Julani, disse que a conquista de Hamã não significará uma "vingança" pelo massacre promovido pelo Exército contra uma revolta da Irmandade Muçulmana em 1982, quando o país era governado por Hafez al-Assad, pai de Bashar al-Assad. Segundo Julani, o objetivo é "limpar a ferida que perdura na Síria há 40 anos".
O grupo nasceu de um braço da Al Qaeda no país árabe e também luta ao lado de grupos seculares apoiados pela Turquia.
Já as tropas de Assad, com apoio de sua maior aliada, a Rússia, lançaram uma contraofensiva aérea, enquanto milícias financiadas pelo Irã e baseadas no Iraque cruzaram a fronteira para ajudar as forças do regime, mas ainda não foi suficiente para conter o avanço rebelde. (ANSA).
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