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Mercosul e UE anunciam maior acordo de livre comércio do mundo

Segundo Von der Leyen, texto tem salvaguardas para agricultores

Von der Leyen entre presidentes do Mercosul durante cerimônia em Montevidéu

Redazione Ansa

(ANSA) - O br/brasil/noticias/uniao_europeia/2024/12/05/acordo-mercosul-ue-esta-proximo-diz-chefe-da-comissao-europeia_a891a7c1-1509-40ce-bfe3-2d5e89d31ff7.html" target="_blank" rel="noopener">Mercosul e a União Europeia anunciaram nesta sexta-feira (6) um acordo de livre comércio entre os dois blocos, tratado que é negociado há 25 anos e pode criar um mercado de mais de 700 milhões de pessoas.
    Se confirmado, este será o maior pacto comercial da história da humanidade. "Esse é um dia histórico, um marco. Trata-se de um acordo equilibrado e ambicioso", afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que viajou a Montevidéu, no Uruguai, para o anúncio.
    O pronunciamento teve as presenças dos presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, da Argentina, Javier Milei, e do Paraguai, Santiago Peña, além do anfitrião Luis Lacalle Pou.
    "Em um mundo cada vez mais dividido, lançamos uma mensagem: as democracias podem se apoiar mutuamente. Esse acordo não é apenas uma oportunidade econômica, mas também uma necessidade política", acrescentou Von der Leyen, destacando os "ventos que sopram para o isolamento e a fragmentação" no mundo.
    O acordo comercial entre Mercosul e UE é negociado há 25 anos, e um texto chegou a ser anunciado em 2019, mas nunca foi ratificado devido a preocupações ambientais na esteira da explosão dos incêndios na Amazônia sob o governo de Jair Bolsonaro.
    Em 2023, as discussões foram reabertas após novas exigências ecológicas de Bruxelas, enquanto o Brasil pedia mudanças no capítulo referente a compras governamentais.
    O anúncio chega em meio a protestos de agricultores europeus, que temem a concorrência de mercadorias do Mercosul com preços mais competitivos, porém Von der Leyen garantiu que o tratado prevê "salvaguardas" para produtores da UE.
    "Isso é um beneficio para a Europa, onde 60 mil empresas exportam atualmente para o Mercosul, sendo 30 mil pequenas e medias, que se beneficiarão de tarifas reduzidas, processos aduaneiros simplificados e acesso a matérias-primas. Estamos cientes das preocupações de produtores agrícolas, mas o acordo inclui salvaguardas robustas", assegurou a presidente.
    Von der Leyen também salientou que o texto prevê mecanismos para garantir a tutela do "patrimônio natural" do Mercosul, sobretudo a Amazônia, uma das questões mais espinhosas nas negociações.
    O acordo agora será traduzido para todos os idiomas necessários, para depois ser submetido ao processo de assinatura. Para entrar em vigor plenamente, no entanto, o texto terá de ser ratificado pelos parlamentos dos países do Mercosul e pelo Parlamento da UE, bem como pelo Conselho da União Europeia, órgão que reúne representantes dos governos dos 27 Estados-membros.
    Pressionadas por agricultores, França e Polônia já se declararam contra o acordo, mas, até o momento, não possuem os votos necessários para impedir a ratificação e precisão do apoio de outros países. (ANSA).
   

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