(ANSA) - O Brasil não vai reconhecer o futuro governo do presidente da Venezuela, br/brasil/noticias/ultimo_momento/2024/10/07/vitoria-de-maduro-nao-tem-legitimidade-dizem-italia-e-argentina_8e8cb015-ef5f-4e29-b4df-d6b14d8ec302.html" target="_blank" rel="noopener">Nicolás Maduro, que assumirá um novo mandato em 10 de janeiro, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que lançou um apelo por diálogo no país.
"O Brasil não reconhece governos. A nossa posição, à luz do direito internacional, é que o Brasil reconhece Estados. Nós já reconhecemos a Venezuela há 185 anos, não precisamos reconhecer de novo. Mas é um país com o qual nós também mantemos diálogo", declarou o chanceler em entrevista à revista IstoÉ.
"Eu falo com o ministro do Exterior [Iván Gil]. Temos uma embaixada lá lotada e funcionando; tratamos os interesses e mantemos esse contato porque é um país importante, com uma longa - eu sempre repito isso - fronteira, numa região muito frágil e delicada, que é a Amazônia", acrescentou o diplomata.
As relações bilaterais se estremeceram após as eleições presidenciais de 28 de julho. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou a divulgação das atas eleitorais e declarou estar decepcionado com Maduro, a quem havia recebido em visita oficial em Brasília em 2023.
A situação se deteriorou no fim de outubro, quando o governo de Caracas chamou o assessor presidencial Celso Amorim de "mensageiro do imperialismo".
Questionado sobre a possibilidade de uma "melhora do ambiente democrático" na Venezuela, Vieira respondeu: "Depende do governo venezuelano, da sociedade venezuelana, dos partidos políticos".
"Eu espero que possa haver um diálogo constante e que se chegue a uma solução, a um estado natural de equilíbrio e, sobretudo, de conversas entre os dois lados", destacou. (ANSA).
Brasil não precisa reconhecer novo mandato de Maduro, diz Vieira
Chanceler pediu diálogo entre governo e oposição na Venezuela