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TPI dá 30 dias para Itália explicar soltura de comandante líbio

'Caso Almasri' vem provocando questionamentos ao governo Meloni

TPI dá 30 dias para Itália explicar soltura de comandante líbio
Osama Almasri foi deportado para Líbia em avião oficial italiano

Redazione Ansa

(ANSA) - A Câmara Preliminar do br/brasil/noticias/ultimo_momento/2025/02/11/tpi-deplora-sancoes-de-trump-e-pede-apoio-internacional_9f1924ab-2afc-4c0e-9476-64ae6ccdb079.html" target="_blank" rel="noopener">Tribunal Penal Internacional (TPI) deu 30 dias para o governo da Itália explicar a decisão de libertar e deportar o comandante da assim chamada Polícia Judiciária da Líbia, Osama Almasri Njeem, que é alvo de um mandado de prisão da corte de Haia por suspeita de crimes de guerra e contra a humanidade.
    Segundo documento enviado a Roma, o prazo para a gestão da premiê Giorgia Meloni apresentar suas observações termina em 17 de março de 2025. A Itália também é convidada a explicar os motivos de não ter apreendido materiais em posse de Almasri.
    "Em 18 de janeiro, a corte enviou pedidos urgentes de prisão provisória de Almasri a seis países europeus nos quais se acreditava que o suspeito poderia estar presente: um desses Estados era a Itália", diz o Tribunal de Haia.
    "Em 19 de janeiro, [Almasri] foi preso em Turim e, em 21 de janeiro, foi libertado e levado de volta à Líbia. A Itália não tentou abrir consultas com a corte no período entre a emissão do mandado de prisão e o retorno de Almasri à Líbia", acrescenta.
    O líbio foi libertado por determinação da Corte de Apelação de Roma, que alegou que o ministro da Justiça, Carlo Nordio, não havia sido informado previamente da detenção nem se manifestado sobre a situação durante o período que o suspeito ficou preso, como de praxe em casos envolvendo o TPI.
    Em seguida, Almasri foi deportado para Trípoli em um avião oficial italiano por ordem do ministro do Interior, Matteo Piantedosi, que apontou "razões urgentes de segurança devido à periculosidade do indivíduo".
    Na esteira do caso, um refugiado do Sudão que diz ter sido torturado com a esposa por Almasri na Líbia apresentou uma denúncia contra a Itália no Tribunal de Haia. O governo Meloni, no entanto, apontou problemas no mandado de prisão, como o fato de o documento estar escrito apenas em inglês e com vários anexos em árabe.
    Almasri é responsável pelos centros de detenção da Líbia, locais cercados por denúncias de violações dos direitos humanos e trabalhos forçados. Uma dessas prisões é a de Mitiga, nos arredores de Trípoli e palco de supostos "assassinatos, torturas, estupros e violência sexual", segundo o TPI.
    De acordo com o tribunal, os delitos foram cometidos pessoalmente por Almasri ou ordenados por ele, sobretudo contra pessoas presas por "motivos religiosos", como cristãos e ateus, ou por apoiar grupos armados rivais das Forças Especiais de Dissuasão (Rafa), milícia à qual ele é ligado, mas também contra homossexuais e para fins de "coerção".
    A Líbia é um país central para as políticas migratórias da Itália, que financiou, treinou e equipou a Guarda Costeira local para realizar operações de resgate no Mediterrâneo e evitar que migrantes e solicitantes de refúgio cheguem às costas europeias.
    (ANSA).
   

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