União Europeia

Eleição para presidente revive movimento contra Berlusconi

Ex-premiê da Itália tenta emplacar candidatura ao Quirinale

Protesto do movimento 'Popolo Viola' contra Berlusconi em novembro de 2013

Redazione Ansa

(ANSA) - Os rumores sobre uma possível eleição de Silvio Berlusconi para presidente da Itália reacenderam um movimento de protesto contra o ex-primeiro-ministro que estava adormecido havia nove anos.

Com Sergio Mattarella perto de concluir seu mandato, o Parlamento italiano será convocado em janeiro para escolher um novo chefe de Estado, e partidos conservadores tentam emplacar o nome de Berlusconi, que ainda responde a vários processos na Justiça.

Embora essa hipótese seja considerada improvável hoje, o movimento "Popolo Viola" ("Povo Roxo", em tradução livre) marcou uma manifestação para a próxima terça-feira (4), em Roma, para protestar contra a possibilidade de Berlusconi ocupar o Palácio do Quirinale.

O grupo surgiu em 2009 para pedir a renúncia do então primeiro-ministro da Itália e estava adormecido desde o fim de 2013, quando Berlusconi teve seu mandato de senador cassado em função de uma condenação por fraude fiscal.

"Berlusconi no Quirinale seria inadequado porque ele já foi condenado e colecionou inúmeros momentos de conflitos de interesses, diversas gafes sexistas, relações comprometedoras com Putin e outros, além de processos", diz Gianfranco Mascia, um dos líderes do "Popolo Viola" desde 2009 - a cor roxa foi escolhida por não estar ligada a nenhum partido.

O protesto da próxima terça-feira foi intitulado "O Quirinale não é um bunga-bunga", em referência ao apelido dado pela imprensa italiana às noitadas com prostitutas promovidas por Berlusconi quando era primeiro-ministro. "Dá arrepios só de pensar em uma candidatura", diz o movimento.

O ex-premiê vem tentando angariar apoio para chegar à Presidência e fez afagos públicos até no antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), partido que ele sempre criticou e que detém a maior bancada na Câmara e no Senado.

Para se eleger presidente da República, o candidato precisa obter maioria qualificada de dois terços dos cerca de mil votos no Parlamento em sufrágio secreto. Se esse quórum não for alcançado nas três primeiras tentativas, passa a ser exigida apenas maioria simples.

Berlusconi tem penetração em partidos de direita, mas enfrenta resistência na esquerda e no M5S, especialmente por conta de seus problemas com a Justiça. Além de uma pena já cumprida por fraude fiscal, o ex-premiê enfrenta processos por manipulação de testemunhas referentes às festas com prostitutas em suas mansões.

Outro nome cotado para substituir o presidente Mattarella é o atual primeiro-ministro Mario Draghi, o que deixaria vago o comando do governo e poderia colocar a Itália no caminho de eleições antecipadas, hipótese que não agrada à maioria dos partidos.

No entanto, é comum que grupos políticos escondam seus candidatos a chefe de Estado para evitar queimá-los antes da hora. (ANSA)

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