União Europeia

Milão investiga denúncias de agressões sexuais no Réveillon

Ao menos 5 mulheres já prestaram depoimento à polícia

Redazione Ansa

(ANSA) - A Procuradoria de Milão está investigando ao menos cinco denúncias de agressões sexuais sofridas por mulheres na virada do ano na Praça do Domo e nas ruas próximas no centro de Milão. As autoridades acreditam que há mais vítimas e pedem para que as mulheres denunciem os crimes.

Segundo os procuradores, a situação é parecida com o que ocorreu em Colônia, na Alemanha, em 2016, quando gangues de homens agrediram e estupraram dezenas de mulheres.

A operação, coordenada pela procuradora Alessia Menegazzo e pela procuradora-adjunta Letizia Manella, começou após uma jovem de 19 anos ter sido cercada, por volta da 1h30 do dia 1º de janeiro por cerca de 30 rapazes. Uma amiga da jovem conseguiu fugir do local com a ajuda de um outra pessoa.

Um outro caso, que tem vídeos circulando na internet, afetou duas mulheres alemãs, que aparecem chorando e desesperadas buscando por ajuda das forças de segurança que estavam na praça.

Os investigadores estão requisitando e analisando todas as imagens de câmeras de segurança da área e vídeos amadores feitos por pessoas que estavam celebrando a virada do ano no local. Os depoimentos das vítimas também estão sendo realizados e as procuradoras definiram a situação como um "fato gravíssimo e sem precedentes".

Além de ajudar a analisar se há mais vítimas da violência que não tiveram coragem de denunciar, as imagens ajudarão a identificar os agressores para que respondam pelos crimes.

Em entrevista à ANSA, uma das duas jovens alemãs que sofreu as agressões relatou o que aconteceu e disse que a situação durou cerca de 10 minutos.

"Nós tentamos afastá-los, a minha amiga deu socos e tapas em alguns, mas eles riam e continuaram a nos molestar. Tinham umas 15 mãos em mim. A polícia viu e não fez nada, não sei dizer por qual motivo. Foi chocante porque não tinha como eles não nos verem", disse a jovem de 20 anos que apresentou denúncia em Manneheim, onde vive.

Conforme a mulher, elas estavam em Milão para passar a virada de ano e decidiram ir para a praça do Domo, onde haviam vários turistas.

"Pensávamos em nos divertir e, ao invés disso, em um certo momento, fomos cercadas por um grupo de pessoas. Falavam em árabe e nos empurravam. Em certo momento, eu caí no chão e eles continuavam a passar as mãos em mim. Gritávamos por ajuda, tentávamos escapar, mas ninguém nos ajudou", afirmou ainda.

Após as denúncias, o prefeito de Milão, Giuseppe Sala, afirmou que as "agressões ocorridas na Praça do Domo são um fato gravíssimo e não digno da nossa cidade".

"Com o assessor para a Segurança, Marco Granelli, estamos em constante contato com a Delegacia de Milão, que está trabalhando sem descanso para individualizar os responsáveis de esses atos odiosos e confiamos na eficácia da investigação", afirmou Sala ressaltando que quer dar "pleno apoio" às vítimas.

Ministra se manifesta

A ministra do Interior da Itália, Luciana Lamorgese, afirmou que as denúncias são "fatos gravíssimos".

"A Procuradoria da República imediatamente iniciou as investigações para individualizar os responsáveis pelas agressões e pela violência e espero que a justiça seja feita o mais rapidamente possível", disse a ministra.

"As forças policiais estão compromissadas a diariamente garantir a segurança das nossas cidades e o esforço deve ser máximo para evitar que possam ser repetidos episódios análogos lamentáveis", acrescentou. (ANSA).

   

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