(ANSA) - Horas antes da abertura da primeira sessão do Parlamento para a escolha do novo presidente da Itália, a líder do partido de extrema-direita Irmãos da Itália (FdI), Giorgia Meloni, propôs nesta segunda-feira (24) mais um nome para assumir o cargo que estava fora da lista de cotados: o ex-procurador Carlo Nordio.
O magistrado atuou por muitos anos como adjunto em Veneza e foi um dos responsáveis pela investigação sobre corrupção e desvio de dinheiro público na construção do sistema que evita que a cidade seja alagada, conhecido como Mose.
Também atuou no processo da Operação Mãos Limpas, no início da década de 1990, e agiu contra a atuação da organização terrorista de extrema-esquerda Brigadas Vermelhas.
"Muitas personalidades que provêm da área da centro-direita teriam currículo e perfil para cobrir o papel de presidente. Nomes como de Marcello Pera, Letizia Moratti, Elisabetta Alberta Casellati, Giulio Tremonti, Franco Fratini são todos reconhecidos. Eu peço que alarguem a lista também para as personalidades que não tem um percurso político e, por isso, nós adicionamos o nome de Carlo Nordi, sobre o qual achamos difícil haver objeções", disse Meloni aos seus grandes eleitores.
O grupo de centro-direita, que inclui ainda o Força Itália - de Silvio Berlusconi - e o Liga, de Matteo Salvini, quer ser o responsável pela indicação do novo nome de presidente por conta das pesquisas de opinião apontarem que o bloco teria cerca de 50% dos votos em um possível pleito.
E, apesar do FdI não fazer parte da atual coligação que dá sustentação ao premiê Mario Draghi, o partido tem bastante força, justamente, por conta da projeção eleitoral de que seria o mais votado pelos italianos em uma eventual eleição antecipada.
No entanto, as sugestões dadas pelo grupo vem desagradando os demais partidos que fazem parte da coalizão, que querem que o novo presidente seja uma pessoa com perfil institucional e não político-partidário. A primeira sugestão da centro-direita era Berlusconi, que foi imediatamente rechaçado pela esquerda por ser um líder de legenda.
Durante a reunião com os grandes eleitores, Meloni ainda descartou que o FdI apoie a recondução de Sergio Mattarella ao cargo até 2023, quando termina a atual legislatura.
"Alguns trabalham na reposição de Mattarella, mesmo que ele tenha dito que está indisponível. Nós não pedimos isso e sobre essa hipótese estamos indisponíveis: a confirmação de um presidente que está saindo não pode virar uma praxe", acrescentou.
É previsto que a eleição do presidente não termine nesta segunda-feira, já que diversos partidos já anunciaram que votarão em branco na primeira sessão porque não há consenso sobre nenhum nome. (ANSA).