(ANSA) - A crise no partido antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) continua evidente mesmo após a reeleição no Parlamento do presidente Sergio Mattarella, ocorrida no último sábado (29). O principal embate ocorre entre o ex-premiê e atual líder da sigla, Giuseppe Conte, e o ministro das Relações Exteriores, Luigi Di Maio.
Em entrevista ao portal "Fatto Quotidiano", Conte afirmou que não há nenhuma cisão dentro da sigla, mas reconheceu "que é evidente que esse momento existe um esclarecimento" interno.
"Mas, vamos estabelecer prazos e maneiras para termos um confronto transparente", acrescentou.
Segundo fontes do partido, Di Maio teria agido contra Conte durante as tratativas para a eleição do presidente da Itália - o pleito se arrastou por toda a semana passada. Além disso, diversos outros parlamentares teriam defendido a condução do atual premiê, Mario Draghi, para a Presidência, mas depois aparecido publicamente para celebrar o resultado conseguido por Conte.
Di Maio foi alvo também de uma onda de ataques pelas redes sociais para que saísse do M5S, em uma ação que aparenta ter sido orquestrada já que muitos dos perfis eram falsos.
Publicamente, o ministro se mostrou irritado por falas do ex-premiê durante as negociações.
Sobre o ministro, Conte afirmou ao portal que "é preciso que ele perceba a conduta que teve, que foi muito grave". Mas, tentou minimizar a situação em público dizendo que o partido conseguiu seus principais objetivos ao afastar a candidatura ao cargo de Silvio Berlusconi e a "garantir a plena continuidade do governo e evitar o risco de uma mudança no Executivo".
A reeleição de Mattarella veio após uma semana de tratativas para um novo nome fracassarem. O próprio presidente deu várias declarações de que não iria ter um novo mandato, iniciando inclusive uma mudança de residência.
Mas, com a falta de consenso entre os partidos que formam a base do governo Draghi - que vão da centro-esquerda à extrema-direita -, o nome de Mattarella ressurgiu como o único capaz de manter a legislatura até seu fim, no ano que vem. (ANSA).