(ANSA) - A Procuradoria de Florença, na Itália, pediu formalmente à Justiça nesta quarta-feira (9) que o ex-premiê Matteo Renzi e outras 10 pessoas sejam processadas por irregularidades nos financiamentos da Fundação Open.
A audiência preliminar sobre o caso para determinar se, de fato, um processo judicial será instaurado, está marcada para o dia 4 de abril.
Entre os crimes citados, estão financiamento ilícito, tráfico de influência, corrupção, emissão de faturas para operações inexistentes e autolavagem de dinheiro.
Além de Renzi, atualmente senador e líder do partido Itália Viva (IV), foram citados a ex-ministra e deputada do IV, Maria Elena Boschi, o deputado do Partido Democrático (PD) Luca Lotti, o ex-presidente da Fundação Open Alberto Bianchi e o empresário Marco Carrai - além de quatro empresas.
Ao fechar a fase de investigação, em outubro do ano passado, o Ministério Público apontou que Renzi, Boschi e Lotti teriam recebido cerca de 3,5 milhões de euros entre 2014 e 2018 da Open para apoiar as atividades políticas, cometendo o crime de financiamento ilegal de partidos.
Para os procuradores, Renzi era de fato um diretor da fundação na época e ocupou o cargo enquanto foi primeiro-ministro (2014-2016).
Após o anúncio formal da Procuradoria, o senador se manifestou por meio de nota oficial.
"No dia de hoje, foi firmada a audiência preliminar do processo Open, que ocorrerá em 4 de abril. Trata-se de um fato já esperado e amplamente aguardado que chega há anos de distância do sequestro [de bens] ocorrido em novembro de 2019 e que depois foi considerado ilegítimo pela Corte de Cassação", cita o ex-premiê.
Segundo o político, "finalmente agora se inicia o processo nos tribunais e não só na mídia" e que isso irá mostrar "para os cidadãos o quanto são frágeis as denúncias da acusação e de como são escandalosos os métodos utilizados pela Procuradoria de Florença".
O comunicado formal ainda afirma que Renzi também "assinou um pedido formal de denúncia" contra os procuradores que fizeram toda a investigação - Luca Turco, Antonino Nastasi e Giuseppe Creazzo. (ANSA).