(ANSA) - A Itália pediu neste sábado (12) para que os cidadãos deixem a Ucrânia em meio a tensão crescente com a Rússia.
"Em consideração pela atual situação, por precaução, convidamos os cidadãos a deixar a Ucrânia temporariamente com os meios comerciais disponíveis", diz a nota da Unidade de Crise do Ministério das Relações Exteriores.
O comunicado oficial ainda pede que "considerando a situação de incerteza nas fronteiras, recomenda-se adiar todas as viagens não essenciais para a Ucrânia e de manter-se constantemente informados pelos meios de comunicação e por este site".
A Farnesina ainda reforça um outro comunicado, já em vigor há anos, de que não devem ser realizadas viagens de "qualquer tipo" nas regiões de Donetsk, Lugansk e Crimeia. Essas três localidades vivem sob tensão constante desde o fim de 2013, quando começou o conflito entre russos e ucranianos.
São cerca de dois mil italianos no país, segundo dados oficiais, sendo que a maioria está em Kiev. A Farnesina também decidiu retirar os diplomatas não essenciais do país.
Di Maio
Pouco depois do comunicado formal, o ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, afirmou que seu país vai continuar a "trabalhar com todos para evitar uma escalada da crise ucraniana", acrescentando que “obviamente, trabalhamos para manter um canal de diálogo com Moscou aberto".
"Trabalhemos todos para uma solução diplomática e desejamos que, o mais rápido possível, possamos chegar a sinais tangíveis em tal sentido", pontuou Di Maio.
Crise
A decisão italiana segue em linha com medidas semelhantes adotadas por outros países europeus neste fim de semana, como a Alemanha, Espanha e Países Baixos. Apesar dos serviços diplomáticos - também da União Europeia - continuarem a trabalhar normalmente, há o temor que a situação se deteriore rapidamente.
Os Estados Unidos afirmam que uma guerra "é iminente", mas os russos acusam Washington de "histeria e alarmismo" e de quererem fazer uma "propaganda" contra Moscou.
A crise ucraniana começou entre o fim de 2013 e o início de 2014 e, além dos problemas políticos, trouxe um conflito bélico na região do Donbass entre forças oficiais e separatistas pró-Rússia. Moscou ainda anexou de maneira unilateral a Crimeia.
Em 2015, houve a assinatura dos Acordos de Minsk entre Ucrânia e Rússia, com a intermediação de Alemanha e França, e o conflito bélico em si teve um cessar-fogo quase completo.
No entanto, com a intenção ucraniana de se anexar à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), órgão liderado pelos EUA, o clima voltou a ficar tenso e os russos enviaram mais de 100 mil soldados para as fronteiras entre as duas nações. Desde o fim do ano passado, reuniões diplomáticas tentam atenuar a crise, mas, até agora, todos fracassaram. (ANSA).