União Europeia

Di Maio se reúne com Lavrov e fala em diplomacia com russos

Lavrov destacou que Moscou responderá EUA nesta quinta-feira

Redazione Ansa

(ANSA) - O ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, se reuniu nesta quinta-feira (17) com seu homólogo russo, Sergei Lavrov, e ressaltou que há disponibilidade de Moscou para usar a diplomacia para resolver a crise ucraniana.

"O ministro Lavrov me confirmou que há toda a disponibilidade russa para encontrar uma solução diplomática para a crise. À luz do que afirmei na terça-feira em Kiev, ao lado do ministro [das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro] Kuleba, há também disposição de ambas as partes para uma solução diplomática", disse em coletiva após a reunião.

O chanceler ressaltou que a Itália está "sempre na primeira fila" para encontrar uma resolução pacífica e que os dois países "podem contar" com o governo de Roma para esse fim. Di Maio ainda lembrou dos telefonemas do premiê Mario Draghi com os presidentes das duas nações, Vladimir Putin e Volodymyr Zelenski, "que foram uma importante troca e um importante diálogo que pode favorecer nossos respectivos aliados".

"Aqui deve prevalecer a diplomacia, o bom senso, a estrada mestra para evitar um conflito que poderia gerar consequências devastantes para todo o continente. A paz, que afasta todos os dramas dos efeitos incontrolados da guerra, é a diretriz a ser seguida, é a única via que pode nos conduzir a uma duradoura estabilidade. Que as armas deixem espaço para a diplomacia", destacou ainda o italiano.

O ministro ainda ressaltou que a Itália mantém sua posição de defesa "da integridade territorial e a plena soberania da Ucrânia, incluindo suas escolhas políticas", em uma clara indireta ao fato de Kiev se aliar à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

"E se trabalharmos todos juntos para uma solução diplomática, isso significa evitar qualquer tipo de sanção", disse ainda referindo-se ao pesado pacote de punições aos russos em caso de invasão ucraniana.

Di Maio reforçou que Roma está coordenando com Lavrov "um encontro entre Draghi e Putin" após o convite formal de Moscou para uma visita de Estado.

Lavrov por sua vez agradeceu a parceria com a Itália, mas voltou a manter a postura russa nas negociações.

"Não vamos resolver todos os problemas até que não chegarmos a um acordo em alguns pontos. É importante não retirar do pacote [de propostas] algumas coisas, entre os quais a ampliação para o Leste da Otan", afirmou o russo. Para o país, essa ampliação "infinita" da Aliança, um resquício ainda da Guerra Fria, ameaça a segurança de Moscou.

Ainda sobre as propostas que estão na mesa, Lavrov anunciou que o governo russo enviará "a carta de resposta aos EUA, que será tornada pública porque acreditamos que as pessoas precisam ter uma ideia precisa do que está acontecendo, nas próximas horas".

Quando questionado sobre as possíveis sanções ocidentais, o chanceler deu uma alfinetada na Itália.

"As sanções não podem ser aplicadas se um país [da União Europeia] se disser contrário e não acredito que a Itália esteja interessada em fomentar a tensão. Nós vemos que eles seguem a tradição da diplomacia, ou seja, de não ameaçar continuamente, não prometer punições, mas buscar soluções", concluiu Lavrov. (ANSA).
   

Leggi l'articolo completo su ANSA.it