(ANSA) - O ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, afirmou nesta quarta-feira (23) que a reunião entre o primeiro-ministro do país, Mario Draghi, e o presidente russo, Vladimir Putin, só vai ocorrer em caso de diminuição da tensão.
"Nessa manhã, nós coordenamos com Draghi sobre os próximos passos a serem tomados para favorecer uma solução diplomática. Estamos empenhados ao máximo nos canais multilaterais de diálogo. Consideramos, todavia, que não podem haver novos encontros bilaterais com os líderes russos até que existam sinais de afastamento da tensão, linha adotada nas últimas horas também pelos nossos aliados e parceiros europeus", destacou em uma sessão de perguntas e respostas do Senado.
A reunião entre Draghi e Putin havia sido ventilada na última semana e o italiano estava tentando organizar um encontro cara a cara entre o líder russo e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenski. O próprio Di Maio chegou a ir a Moscou e a Kiev para se reunir com seus homólogos em ambos os países para tentar uma solução diplomática.
Durante a longa sessão, o chanceler voltou a condenar a decisão da Rússia de reconhecer as áreas separatistas de Donetsk e Lugansk como repúblicas independentes e de enviar tropas do país para as duas regiões ucranianas. Segundo Di Maio, essas duas ações "correm o risco de abrir a estrada para uma operação de larga escala da Rússia na Ucrânia".
"Nós reforçamos o apoio da Itália à integridade e à plena soberania territorial da Ucrânia nos seus limites reconhecidos internacionalmente e volto a fazer um apelo para que as partes se reúnam em mesas de negociações em formatos apropriados. Iniciativas unilaterais afastam a possibilidade de atingir as condições de estabilidade e segurança na região", pontuou ainda.
Questionado sobre as sanções ocidentais contra bancos, empresas e pessoas físicas da Rússia, o chanceler afirmou que, "em caso de mais agressões russas", novas punições poderão ser anunciadas.
"Apesar da gravidade do momento e dos últimos desenvolvimentos que estamos assistindo nessas horas, queremos continuar a nos concentrar sobre cada iniciativa diplomática que possa evitar uma guerra. Uma solução que ainda acreditamos ser possível, mesmo que as margens se reduzam dia após dia", pontuou ainda.
Conforme Di Maio, "o caminho do diálogo ainda é essencial".
"Nessa situação, que pode desandar para gravíssimas consequências para a segurança do nosso continente, acredito que é necessário continuar a fazer cada esforço possível para preservar as espirais existentes para uma resolução pacífica da crise. Precisamos evitar uma guerra no coração da Europa", ressaltou aos senadores.
O ministro ainda confirmou que a Itália poderá enviar cerca de 110 milhões de euros para apoiar a economia e a população ucraniana neste momento.
Resposta russa
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia, segundo repercutiram as agências de notícias Tass e Interfax, criticou a fala de Di Maio.
Segundo a pasta, o italiano tem "uma estranha ideia de diplomacia" por dizer que não haverá reuniões bilaterais entre os dois países até que a tensão na Ucrânia seja diminuída.
"Os parceiros ocidentais precisam aprender a usar a diplomacia de maneira profissional", disse o ministério sobre as declarações de Di Maio, que condenou o reconhecimento dos territórios ucranianos de Donetsk e Lugansk como repúblicas independentes. (ANSA).
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