(ANSA) - O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, afirmou nesta sexta-feira (25) que a guerra na Ucrânia está levando a Europa a seus "dias mais escuros".
"A ofensiva já atingiu de maneira trágica a população ucraniana: o Ministério do Interior já registra vítimas civis. As imagens que assistimos, de cidadãos se escondendo em abrigos subterrâneos e no metrô, são terríveis e nos levam aos dias mais escuros da história europeia", disse o premiê em sessão com o Parlamento.
Segundo o premiê italiano, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou "a determinação das autoridades em resistir e a responder ao fogo russo, e a romper as relações diplomáticas com Moscou".
"Na noite de ontem, ele publicou um decreto de mobilização geral de todos os homens entre 18 e 60 anos, aos quais proibiu de deixar o país. As operações correm o risco de se prolongar até o fim da destruição do sistema de defesa ucraniano", disse ainda ressaltando que os russos mantêm a postura de "desmilitarizar" a Ucrânia.
Ainda sobre Zelensky, Draghi lamentou "o momento verdadeiramente dramático" que o mandatário vive, precisando se esconder para não ser capturado.
Draghi ainda afirmou que a União Europeia e os países fronteiriços devem "enfrentar um grande fluxo de refugiados".
Sobre os cerca de dois mil italianos que vivem na Ucrânia atualmente, o primeiro-ministro pediu para que eles sigam as orientações das autoridades locais.
"À luz do fechamento do espaço aéreo e da situação crítica no território, estamos planejando uma coordenação com as principais embaixadas da União Europeia para fazer uma evacuação com condições de segurança", explicou ainda.
Draghi voltou a repetir que o governo italiano condena "com absoluta firmeza a invasão, que consideramos inaceitável". "O ataque é uma gravíssima violação da soberania de um Estado livre e democrático, dos tratados internacionais, e dos mais fundamentais valores europeus", pontuou aos parlamentares.
O premiê também confirmou que a Itália tem um plano bilateral para dar uma pacote de 110 milhões de euros em ajuda financeira a Kiev tanto para o setor humanitário como para a "estabilização macrofinanceira". O governo de Roma também está alinhado com a União Europeia de maneira unânime sobre os pacotes de sanções que estão sendo anunciados.
No entanto, Draghi reconheceu que há preocupação sobre os impactos dessas punições na economia italiana, especialmente, no setor energético. "O setor já foi impactado nos últimos meses: cerca de 45% do gás que importamos vem da Rússia, um aumento de 27% em relação há 10 anos", disse o premiê reconhecendo que pode ser necessário reativar minas de carvão para complementar o fornecimento de energia.
O chefe do governo italiano ainda afirmou que as forças militares italianas estão atuando de maneira compacta com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
"São cerca de 240 homens atualmente destacados na Letônia, com as forças navais, e em helicópteros na Romênia, e outras unidades poderão ser ativadas sob pedido do comando aliado. Por isso, estamos prontos a contribuir com cerca de 1,4 mil homens e mulheres do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, e com mais dois mil militares disponíveis", acrescentou. (ANSA).