União Europeia

Premiê da Itália pressiona UE para impor teto ao preço do gás natural

Draghi participou de cúpula em Bruxelas

Redazione Ansa

(ANSA) - O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, pressionou o Conselho da União Europeia nesta sexta-feira (25) na tentativa de alcançar um acordo para impor um teto temporário ao preço do gás natural para conter a disparada no custo da energia nos Estados-membros.

Durante a cúpula em Bruxelas, os líderes da UE não chegaram a um consenso sobre uma solução de curto prazo para a crise do mercado de energia agravada pela invasão russa à Ucrânia.

No entanto, a insistência da parte italiana e de outros dirigentes do bloco resultou em "um primeiro sinal político", tendo em vista que uma proposta "detalhada" da Comissão deve ser apresentada até maio, o que pode ser considerado um "progresso satisfatório" nas tratativas.

"Foi decidido que a Comissão Europeia discutirá com as partes interessadas, grandes empresas de petróleo e eletricidade, empresas de distribuição e outros, e haverá um conselho de ministros de energia", disse o premiê italiano, lembrando que esses dois dias foram "muito importantes" para tratar a questão.

"Foram dados passos para que as decisões sejam tomadas em conjunto em um momento muito difícil", acrescentou ele.

A guerra na Ucrânia provocou uma elevação nos preços de energia a níveis recordes e levou a UE a tentar reduzir o uso de gás russo em dois terços este ano. A Itália, terceira economia da UE, projeta se tornar independente do gás russo em um prazo de 24 a 30 meses - hoje, 40% do gás natural consumido no país é importado da Rússia.

Hoje, os líderes encarregaram a Comissão Europeia de avaliar com urgência quais opções de curto prazo, de tetos de preços a descontos fiscais, poderiam ajudar a reduzir os valores do gás e da eletricidade.

"O gás líquido pode ser comprado em qualquer lugar, então não se está preso à produção russa, enquanto o gás vem com os tubos. A ideia de colocar um teto de preço segue o mesmo raciocínio do outro lado: pode ser implementado porque o fornecedor tem apenas um cliente, o do outro lado do tubo, que é a Europa, que aliás é o maior comprador de gás natural do mundo e, portanto, tem forte poder de mercado", explicou Draghi.

Para o italiano, é por esta razão que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen propôs a possibilidade de aquisições conjuntas coordenadas pela UE.

Mais cedo, os Estados Unidos e a União Europeia fecharam o acordo para diminuir a dependência do bloco do gás importado da Rússia, após o governo de Vladimir Putin ameaçar a interrupção do fornecimento da commodity para a Europa.

Além da redução da importação do gás russo, o objetivo dos americanos e europeus é trabalhar em conjunto para acelerar os processos transitórios para o aumento da produção de energias renováveis.

De acordo com Draghi, o acordo prevê o fornecimento de "15 bilhões de metros cúbicos de gás liquefeito dos EUA para a Europa", sendo que a Snam, principal distribuidora de gás da Itália, comprará 2 regaseificadores. "Hoje temos três regaseificadores em operação. A ordem do ministro da Transição Ecológica da Itália, Roberto Cingolani, à Snam é que chegou a hora de comprar mais dois regaseificadores flutuantes", concluiu o premiê. (ANSA)

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