União Europeia

'Estou te ligando para falar de paz', diz Draghi a Putin

Premiê e presidente conversaram por cerca de uma hora

Redazione Ansa

(ANSA) - O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, conversou nesta quarta-feira (30) por cerca de uma hora com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre a guerra na Ucrânia e o fornecimento de gás para a Europa.

"Presidente Putin, estou te ligando para falar de paz", disse Draghi ao iniciar o telefonema, de acordo com relato do governo italiano.

Durante o diálogo, o premiê cobrou a instituição de um cessar-fogo "o quanto antes" e reiterou sua disponibilidade para contribuir para a pacificação entre Moscou e Kiev, desde que a Rússia mostre "sinais claros de desescalada".

Já Putin, segundo o Kremlin, falou sobre os resultados das negociações com a Ucrânia em Istambul e descreveu a Draghi o projeto para exigir que os países europeus paguem pelo gás e o petróleo russos em rublos. Os dois líderes também concordaram em "manter contato".

A Itália já se disponibilizou a ser um dos países que forneceriam garantias de segurança à Ucrânia em troca de sua não-adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Esse mecanismo é uma exigência de Kiev para abrir mão do ingresso na aliança atlântica, mas ainda não conta com o respaldo das potências ocidentais.

O instrumento prevê a formação de um grupo de países capazes de dar uma resposta dentro de 24 horas no caso de uma eventual agressão externa contra a Ucrânia, incluindo assistência militar, fornecimento de armas e fechamento do espaço aéreo.

Em troca da não-adesão à Otan, Kiev também quer que a Rússia deixe seu caminho livre para uma eventual entrada na União Europeia. "Sou grato à Itália por permanecer firme ao lado da Ucrânia neste momento difícil", escreveu no Twitter o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba, após uma conversa com seu homólogo italiano, Luigi Di Maio.

"Discutimos novas sanções contra a Rússia e outras maneiras de a Itália ajudar a Ucrânia a se defender da agressão russa", acrescentou Kuleba. Já Di Maio disse que as prioridades devem ser o prosseguimento das negociações entre Kiev e Moscou e uma "trégua humanitária que nos leve à paz". (ANSA)

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