(ANSA) - O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, se reuniu nesta terça-feira (29) com o presidente Sergio Mattarella depois que o líder do Movimento 5 Estrelas (M5S), Giuseppe Conte, questionou seu apoio ao compromisso do governo de aumentar seus gastos militares em resposta à invasão russa na Ucrânia.
A medida é um acordo da Itália com seus parceiros internacionais da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que prevê o aumento dos gastos com armas e defesa para 2% do Produto Interno Bruto (PIB).
"Um aumento nos gastos militares agora seria inapropriado. Nossa segurança não depende de 10 ou 14 bilhões de euros a mais. Continuaremos a discutir isso", disse Conte após se encontrar com Draghi em Roma.
O ex-premiê italiano reforçou que não quer colocar ninguém em dificuldade, mas não quer "colocar o país em dificuldade na onda emocional do conflito". O M5S é o maior partido da coalizão do governo de Draghi. No entanto, Conte, que foi reeleito líder do partido populista na noite passada, tornou-se o principal crítico da proposta de aumentar as despesas militares.
"Trouxe a preocupação dos M5S e de todos os italianos para Draghi. Pedi ao primeiro-ministro que trabalhasse para mais recursos de saúde italianos. Discutimos as contas caras, que até triplicaram, e o aumento do preço dos mantimentos. Questões prioritárias no que diz respeito ao aumento das despesas militares", explicou Conte.
Segundo fontes do Palazzo Chigi, "os planos acordados em 2014 e seguidos pelos vários governos que se sucederam preveem um aumento progressivo e contínuo dos investimentos até 2024".
Um funcionário observou que, enquanto Conte era primeiro-ministro, a Itália aumentou seus gastos militares em 17%, de 21 bilhões de euros para 24,6 bilhões de euros.
Conte, por sua vez, afirmou que não quer "abrir uma crise no governo", mas o M5S apoia "o governo e tem o direito de ser ouvido". "Como podemos falar de uma crise de governo? Draghi também terá o direito de informar o presidente, mas não levantei nenhuma crise de governo: digo apenas que se tivermos que planejar um gasto militar, um partido da maioria pode discutir os termos, incluindo prazos, para respeitar esse compromisso", enfatizou.
Já Draghi defendeu que o governo está determinado a respeitar os acordos com a Otan. Na sequência, ele foi até Mattarella explicar a situação. Até o momento, nenhuma informação oficial sobre a reunião entre os dois foi divulgada pelo governo italiano. (ANSA)
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