(ANSA) - O governo italiano anunciou neste sábado (23) que será um dos países responsáveis por fornecer garantias do acordo de segurança e neutralidade para a Ucrânia.
"A Itália, por consenso de ambas as partes, será um dos países que garantem o acordo de segurança e neutralidade da Ucrânia. Trabalharemos nessa direção, buscando um cessar-fogo, com uma negociação sobre o status da Ucrânia, sobre a definição de uma nova perspectiva de segurança", declarou o ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, em congresso em Roma.
A chamada "neutralidade" de Kiev é uma das exigências da Rússia para interromper sua invasão, mas o governo ucraniano pede a formação de um grupo de países capazes de dar uma resposta dentro de 24 horas no caso de uma eventual agressão externa.
Para o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, o grupo deve incluir os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, além da Alemanha, do Canadá, da Turquia e da Itália.
O objetivo dessa coalizão seria evitar que a Ucrânia seja atacada pela Rússia no futuro, mas sem incluir o país na Otan, já que um eventual ingresso na aliança abriria caminho para a instalação de bases militares ocidentais e até ogivas nucleares na ex-república soviética.
"O caminho da diplomacia e da paz é estreito e árduo mas é o único que podemos percorrer, não podemos pensar em resolver a crise senão com diplomacia", enfatizou ele, acrescentando que a Itália implementará todas as iniciativas necessárias para reativar as negociações, que estão passando por uma forte desaceleração".
Em seu discurso, Di Maio aproveitou para informar que, no contexto da cooperação internacional, o governo italiano decidiu "enviar peritos forenses para apoiar o tribunal internacional para verificar e provar os crimes de guerra perpetrados na Ucrânia".
"É um trabalho importante, a Itália quer apurar crimes de guerra cometidos pelas forças de ocupação russas".
Segundo o chanceler italiano, "a guerra de Putin é uma agressão injustificável contra as normas do direito internacional" e é dever de todos condená-la com a maior veemência.
Zelensky -
Durante coletiva de imprensa, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que a Itália está apoiando seu país politicamente e com armas. "Nesta guerra entre a Rússia e a Ucrânia, a Itália ficou do nosso lado muito claramente. Estou grato ao governo italiano, ao povo italiano e ao primeiro-ministro Mario Draghi que estamos esperando", disse ele à ANSA. (ANSA)
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