(ANSA) - As autoridades italianas congelaram nesta sexta-feira (6) o superiate Scheherazade - avaliado em US$ 700 milhões e que pode estar ligado ao presidente russo, Vladimir Putin - no porto de Marina di Carrara, na Toscana.
Em comunicado, o Ministério da Economia da Itália afirmou que as investigações conduzidas pela Guarda de Finanças destacaram a presença de "conexões econômicas e comerciais significativas" com pessoas de alto escalão do governo russo e indivíduos sancionados pela União Europeia.
O decreto foi assinado pelo ministro da Economia e Finanças, Daniele Franco, e não informa o nome do indivíduo que detém a posse da embarcação, cuja bandeira é das Ilhas Cayman. No entanto, a nota citou também que a pessoa que possui e usa o iate tinha vínculos com indivíduos sancionados pela UE em 17 de março de 2014 em resposta à anexação russa da Crimeia.
O superiate está atracado na Marina di Carrara e era alvo de um inquérito das autoridades italianas há muito tempo. Segundo os jornalistas da equipe do dissidente russo Alexsej Navalny, o barco de mais de 140 metros pertenceria a Putin, mas formalmente, segundo o que foi reconstruído pelos investigadores, seria atribuível ao oligarca Eduard Khudaynatov.
O russo é um magnata do petróleo que não está atualmente sob sanções. No entanto, ele é sócio há muito tempo de Igor Sechin, aliado próximo de Putin e diretor da estatal petroleira russa Rosneft.
"Com base nos elementos apurados pela Guarda de Finanças, o Comitê de Segurança Financeira propôs ao Conselho da União Europeia a inclusão desta pessoa na lista" de sanções, diz o governo italiano, acrescentando que o congelamento foi autorizado enquanto se aguarda a adoção da medida restritiva proposta.
Scheherazade foi construído pelo estaleiro alemão Lürssen em 2020 e conta com heliporto, salão de beleza , cinema, spa e academia. A construção do iate foi gerenciada pela Imperial Yachts, com sede em Mônaco. (ANSA).