(ANSA) - O ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, apresentou ao secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, um plano de paz para colocar fim à guerra entre Rússia e Ucrânia.
A notícia foi divulgada pelo jornal italiano La Repubblica e confirmada por fontes do Ministério das Relações Exteriores.
Apresentado na última quarta (18), em Nova York, o projeto prevê um percurso de quatro etapas, sob a supervisão de um "grupo internacional de facilitação": cessar-fogo, possível neutralidade da Ucrânia, questões territoriais (Crimeia e Donbass) e um novo pacto de segurança europeia.
A lealdade das partes aos compromissos assumidos seria avaliada em cada fase do plano antes de se passar ao estágio sucessivo. A primeira etapa, o cessar-fogo, seria acompanhada da desmilitarização das frentes de batalha para permitir o avanço das negociações.
O segundo passo giraria em torno de tratativas multilaterais sobre o futuro status internacional da Ucrânia, que já abriu mão de ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), mas quer entrar na União Europeia.
O terceiro estágio - e o mais delicado - diz respeito ao destino da Crimeia, península anexada pela Rússia em 2014, e do Donbass, onde ficam as autoproclamadas repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk. Moscou defende a soberania dessas regiões, mas a Ucrânia não abre mão de sua integridade territorial.
O plano seria concluído com um novo acordo multilateral sobre a paz e a segurança na Europa.
Pressão
O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, fez um discurso no Senado nesta quinta-feira (19) e não citou o plano apresentado na ONU por Di Maio, mas destacou a importância de "um cessar-fogo o quanto antes e da retomada das negociações".
"A Itália vai se mover com os parceiros europeus e os aliados por qualquer possibilidade de mediação, mas será a Ucrânia a decidir sobre qual paz aceitar. Uma paz sem a Ucrânia não seria aceitável", declarou o premiê.
Draghi está sob pressão de parte de sua base parlamentar para não enviar mais armas à Ucrânia - a Itália já mandou duas remessas de equipamentos militares a Kiev desde o início da guerra - e para focar em negociações de paz.
Essa pressão é capitaneada pelo ex-premiê Giuseppe Conte e pelo senador e ex-ministro do Interior Matteo Salvini, líderes do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) e da ultranacionalista Liga, respectivamente.
"Alguns nesse plenário falam em enviar mais armas, eu não concordo", disse Salvini no Senado nesta quinta-feira. "No que diz respeito ao envio de armas, nossa posição é conhecida: nós já enviamos", reforçou Conte em declaração à ANSA. (ANSA)
Leggi l'articolo completo su ANSA.it