(ANSA) - A boca de urna do consórcio Opinio Italia, publicada pela emissora RAI, mostra que os cinco referendos em jogo neste domingo (12) não obtiveram o quórum mínimo de 50% para os resultados serem válidos.
Apenas 19% a 23% dos cidadãos foram às urnas para dar sua opinião. Já com base nos dados divulgados na última parcial do Ministério do Interior, a afluência estava em apenas 15,8% no fechamento das urnas.
Mas, os italianos que votaram optaram pelo "sim" nos cinco referendos, com percentuais que variaram entre 52% e 71%.
O principal dos referendos, a revogação da lei que prevê a cassação e inelegibilidade automática para ocupantes de cargos eletivos e de governo condenados por crimes dolosos em via definitiva, a chamada "Lei Severino", obteve entre 52% e 56% de "sim". Essa legislação foi a que fez com que o ex-premiê Silvio Berlusconi perdesse seus direitos políticos entre 2013 e 2018 por conta de uma condenação por fraude fiscal.
O número 2 era um questionamento se a Justiça poderia determinar a prisão preventiva de suspeitos com base no risco de repetição do mesmo delito pelos quais são investigados. Nesse caso, o "sim" obteve entre 54 e 58%.
O terceiro era sobre a separação da carreira dos magistrados, ou seja, se ele pode passar do papel de juiz para promotor e vice-versa. O pleito foi aprovado por 67% a 71%. O quarto questionamento era se advogados e professores de Direito poderiam votar nos pareceres dos conselhos judiciários sobre o trabalho da magistratura. Neste caso, o percentual é idêntico ao terceiro.
O quinto e último era se a norma que obriga magistrados a obterem ao menos 25 assinaturas de colegas para se candidatar ao Conselho Superior de Magistratura (CSM) deveria ser abolida ou não. O "sim" obteve de 66% a 70%.
Um dos principais entusiastas dos referendos, o partido de extrema-direita Liga, de Matteo Salvini, publicou um comunicado informando que não vai desistir das reformas e que fará mudanças quando ganhar as eleições.
"A batalha para mudar a Justiça não vai parar essa noite, mas vai ser retomada com um novo impulso: será a centro-direita (com amigos corajosos como aqueles do Partido Radical) a ter o ônus e a honra, depois de vencer as próximas eleições políticas, a colocar a mão nesse sistema", informou a sigla. (ANSA).