(ANSA) - Um ex-jogador da Roma lidera as eleições municipais em Verona e disputará o segundo turno em um dos principais bastiões da extrema direita italiana.
Damiano Tommasi, de 48 anos, tem cerca de 40% dos votos e encabeça a apuração para prefeito de uma das cidades mais importantes do norte do país, à frente do atual ocupante do cargo, Federico Sboarina, do partido de ultradireita Irmãos da Itália (FdI), com 32,7% - a contagem ainda está em andamento.
Candidato por uma coalizão de legendas de centro-esquerda e centro com o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), Tommasi é natural de Negrar, cidade de 17 mil habitantes situada na província de Verona.
Após ter iniciado a carreira de jogador profissional no Hellas Verona, time cujas torcidas organizadas são abertamente neofascistas, Tommasi alcançou o estrelato do futebol italiano ao atuar por 10 anos como meio-campista da Roma.
Em seu período no clube giallorosso, o agora candidato a prefeito sagrou-se campeão da Série A ao lado de Francesco Totti e chegou à seleção, tendo defendido a Azzurra na Copa do Mundo de 2002.
Depois de ter pendurado as chuteiras, comandou durante quase uma década a Associação Italiana dos Jogadores (AIC) e se aproximou da política, culminando com a candidatura a prefeito de Verona, sua primeira experiência eleitoral.
"Se os resultados se confirmarem, ficarei um pouco surpreso, honestamente, especialmente por conta da vantagem para os outros concorrentes", declarou Tommasi à Rai Radio1 nesta segunda-feira (13).
A surpresa tem razão de existir. Com cerca de 260 mil habitantes, Verona é governada pela extrema direita desde 2007, primeiro com Flavio Tosi, ex-expoente do partido de ultradireita Liga e que também disputa as eleições, e depois com Sboarina.
"Verona é uma cidade cansada e que precisa de caras novas, sobretudo de uma política que possa reaproximar os cidadãos e a prefeitura. Nos próximos 15 dias, devemos convencer os veroneses de que essa cidade precisa mudar de ritmo e virar a página", declarou Tommasi.
O adversário do ex-jogador no segundo turno, marcado para 26 de junho, deve ser Sboarina. O ex-prefeito Tosi aparece em terceiro lugar, com 23,5%, mas já jogou a toalha e agora escolherá quem apoiar.
"Queremos pensar antes de decidir o que fazer, esperando aquilo que dirão os candidatos", declarou Tosi, ex-aliado de Sboarina e que hoje se apresenta como moderado.
Outras cidades
Mais de 970 das 7,9 mil cidades da Itália foram às urnas no último domingo (12), incluindo 26 capitais de província, das quais quatro - Catanzaro (Calábria), Gênova (Ligúria), L'Aquila (Abruzzo) e Palermo (Sicília) - também são capitais regionais.
Em três delas, a coalizão de direita (Liga, FdI e Força Itália, de Silvio Berlusconi) caminha para vitórias em primeiro turno, com Roberto Lagalla (Palermo), Marco Bucci (Gênova) e Pierluigi Biondi (L'Aquila), segundo as projeções.
Com isso, a aliança conservadora manterá os governos de Gênova e L'Aquila e tirará Palermo, quinta cidade mais populosa da Itália, das mãos da centro-esquerda. Já Catanzaro deve ter um segundo turno entre Valerio Donato, de direita, e o progressista Nicola Fiorita.
Apesar de não ser capital regional, Parma, no norte da Itália, é um dos principais prêmios em jogo e terá um segundo turno entre Michele Guerra, apoiado pela centro-esquerda, contra Pietro Vignali, aliado de Berlusconi e Matteo Salvini.
"A centro-direita vence apenas quando está unida. Quem pensa em outros esquemas não leva em conta os eleitores", declarou o secretário da Liga nesta segunda, após a coalizão conservadora não ter triunfado nas cidades onde se apresentou dividida. (ANSA)
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