(ANSA) - O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, se reuniu nesta terça-feira (5) com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, em Ancara, e assinou nove acordos para "reforçar a cooperação" entre os países.
O anúncio foi feito após a terceira cúpula intergovernamental entre Itália e Turquia. Em entrevista coletiva, o líder turco explicou que a meta para este ano é atingir um câmbio econômico de US$25 bilhões.
"A cúpula indica a vontade comum de reforçar a colaboração entre os países parceiros, amigos e aliados", disse Draghi, acrescentando que "existe uma vontade comum de fortalecer a parceria entre Roma e Ancara".
O premiê italiano enfatizou ainda que "os dois países trabalham juntos para uma paz estável e duradoura" e lembrou os laços históricos com a Turquia, o primeiro parceiro comercial na região do Oriente Médio.
"Temos relações militares e de defesa com a Itália, para nós isso é muito importante e gostaríamos de desenvolver e aprofundar essas relações", disse Erdogan.
Durante a cúpula, foram assinados acordos e memorandos de entendimento em áreas como a cooperação nas Relações Exteriores e Defesa, além de apoio às micro, pequenas e médias empresas, incluindo o desenvolvimento sustentável, entre outras.
Além disso, o encontro entre Draghi e Erdogan foi uma oportunidade importante para coordenar esforços sobre as consequências do conflito na Ucrânia - em particular a crise alimentar - e a crise na Líbia, abordando também a questão da migração.
O premiê italiano, inclusive, pediu um rápido desbloqueio do transporte de alimentos. Por sua vez, Erdogan disse acreditar que nos próximos 10 dias haverá um acordo para poder exportar grãos dos portos ucranianos, bloqueados pela invasão russa, e assim aliviar a crise alimentar em muitos países da Ásia e da África.
"Queremos continuar sendo intermediários. Tentaremos intensificar e finalizar as negociações em um plano de uma semana a 10 dias", disse Erdogan, durante entrevista coletiva com o primeiro-ministro italiano.
A Turquia se ofereceu para fazer a mediação entre a Ucrânia e a Rússia para chegar a um acordo, sob a égide da ONU, para permitir que grãos sejam retirados dos portos ucranianos através do Mar Negro.
"As nossas negociações para um corredor de cereais no Mar Negro estão a progredir. Neste momento não temos uma crise sobre isto mas na África existe um grande problema", explicou Erdogan.
Para Draghi, "este é um plano encorajador" e "a Turquia tem um papel central para garantir que não haja ataques russos e que os navios não portem armas".
Migrantes -
Em relação à crise migratória, Erdogan ressaltou que "a Grécia começou a ser uma ameaça também para a Itália" e acusou Atenas de rejeitar migrantes do mar Egeu.
Já o líder italiano afirmou que "a gestão da imigração deve ser humana, justa e eficaz". "Tentamos salvar vidas. Mas também precisamos entender que um país que acolhe não pode fazer mais.
[...] Talvez sejamos o país menos discriminador e aberto, mas também temos limites e agora chegamos a isso", disse. (ANSA)