União Europeia

Conte diz que M5S boicotará votação no Senado nesta quinta

Conte diz que M5S boicotará votação no Senado nesta quinta

Redazione Ansa

(ANSA) - O ex-premiê da Itália e líder do Movimento 5 Estrelas (M5S) Giuseppe Conte anunciou nesta quarta-feira (13) que o partido antissistema boicotará a votação no Senado de um pacote de ajudas para combater a inflação no país.

"Com as mesmas razões lineares e coerentes do que foi feito na Câmara, amanhã no Senado não participaremos da votação", declarou ele na comissão de parlamentares do partido.

Segundo Conte, durante a votação nesta quinta-feira (14), "só podemos agir com consistência e linearidade", porque "os cidadãos não entenderiam outra solução".

Ontem (12), os parlamentares do M5S na Câmara dos Deputados também não participaram do escrutínio final da medida, deixando o governo do premiê da Itália, Mario Draghi, à beira de uma crise política.

"O M5S é a única força política que vem questionando esta crise com grande seriedade, mesmo com soluções há vários meses, e está pressionando o governo em emergências. É a única força que não tem medo de calibrar sua ação política de acordo com a realidade concreta que o país vive", defendeu.

Conte, no entanto, afirmou que está disponível para dialogar e dar uma contribuição construtiva a este governo e ao premiê italiano, "mas não está disposto, não por arrogância mas por sensibilidade para com as famílias e empresas, a dar uma conta em branco".

Ele chegou a explicar que durante sua conversa com Draghi, o chefe de governo demonstrou disposição em atender todos os pontos impostos pelo M5S, mas "é claro que na fase que enfrentam não se pode satisfazer com compromissos, são necessárias medidas concretas".

O partido cobra mais auxílios financeiros para famílias e empresas, a redução da carga tributária e a aprovação do salário mínimo, além da manutenção da renda de cidadania, principal programa social da Itália e que é alvo de críticas em outros partidos da base aliada.

O M5S também questiona algumas medidas tomadas pelo governo, como o envio de armas à Ucrânia, mas ainda precisa lidar com cisões internas, como a saída do ministro das Relações Exteriores, Luigi Di Maio, figura histórica do movimento, que deixou o partido por discordar da linha de Conte sobre a ajuda militar a Kiev.

Em seu pronunciamento, o líder do M5S explicou ainda que Draghi "anunciou um decreto substancial no final de julho, o que é uma importante junção política" e indiretamente admite o que o seu partido vinha dizendo há algum tempo, que a ajuda alocada não é suficiente.

"A partir de hoje, as famílias e as empresas poderão esperar uma ajuda substancial no final do mês, e isso se deve ao Movimento 5 Estrelas", enfatizou.

Já em relação ao programa de renda de cidadania, Conte lembrou que, se hoje mais de um milhão de famílias conseguem enfrentar a pobreza, é devido ao programa do M5S, que muitos querem desmantelar, mas que o partido nunca permitirá que seja desmontado. (ANSA)

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