(ANSA) - O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, e o líder do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), Giuseppe Conte, conversaram por telefone, nesta quarta-feira (13), para tentar evitar uma crise no governo em meio às ameaças do partido de abandonar a base aliada.
A ligação ocorre após os principais membros do M5S, incluindo Conte, se reunirem para decidir se permanecem na coalizão, e um dia antes de ser votada uma moção de confiança nesta quinta-feira (13).
O M5S tenta decidir como votará amanhã no Senado, onde está prevista a finalização da tramitação do decreto que prevê um pacote de ajuda contra a inflação. De acordo com fontes oficiais, um novo encontro entre Conte e Draghi não está excluído nas próximas horas.
Nesta semana, o M5S boicotou a votação na Câmara dos Deputados, postura que levantou dúvidas sobre a manutenção da atual aliança. O partido tem sido muito crítico a este decreto e ameaça abster-se novamente, o que poderia abrir uma crise no governo italiano.
Até o momento, não há mais informações sobre o conteúdo debatido no telefonema entre Draghi e Conte, mas a expectativa é de que ambos tenham chegado a um consenso.
Nos últimos dias, as diferenças entre o atual e o ex-premiê foram aumentando: primeiro porque o M5S não era a favor de enviar armamento para a Ucrânia, depois pelo fato de Conte acusar Draghi de querer removê-lo da liderança do partido.Agora, os dois divergem da lei contra a inflação.
No entanto, o premiê italiano já deixou claro que não acredita na possibilidade de um governo sem o M5S nem na hipótese de ele encabeçar uma aliança diferente. Draghi lidera um governo de união nacional que vai da esquerda à extrema direita e tem como objetivo guiar a Itália até as eleições legislativas do primeiro semestre do ano que vem.
Dentro da coalizão, tanto o secretário do Partido Democrático (PD), Enrico Letta, quanto os líderes do conservador Força Itália (FI) e da Liga, Silvio Berlusconi e Matteo Salvini, respectivamente, anunciaram que, se o governo cair, irão às eleições.
Em entrevista coletiva, Salvini, inclusive, informou que o partido de extrema-direita não continuará apoiando Draghi caso o M5S deixe a coalizão e ressaltou que as eleições antecipadas são a melhor solução. "Se um partido da coalizão não apoia um decreto do governo é isso, basta, parece claro que devemos ir às eleições", afirmou.
Vaticano -
Hoje, o secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, voltou a falar sobre a guerra na Ucrânia e em referência a ela e aos muitos desafios do momento, destacou a importância da estabilidade do governo italiano.
"Acredito que, no cenário atual, quanto mais estável for um governo, mais ele será capaz de lidar com os muitos desafios que surgem hoje e que são desafios verdadeiramente marcantes que ninguém poderia imaginar", declarou.
Segundo Parolin, ninguém poderia imaginar que aconteceria uma guerra, mas aconteceu.
Em relação ao perigo de uma crise generalizada, uma crise alimentar ou energética, o secretário de Estado do Vaticano disse que "evidentemente quando há alguém que tem nas mãos as rédeas da situação, apesar de todas as dificuldades que existem, porque ninguém tem a magia varinha, isso certamente facilita". "Todos devemos trabalhar juntos e não nos dividir", concluiu. (ANSA)
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