União Europeia

Centro-direita da Itália se irrita com reunião de Draghi e Letta

Redazione Ansa

(ANSA) - Os principais partidos de centro-direita da Itália realizam uma reunião nesta terça-feira (19) para debater a crise do governo e já demonstraram irritação com o primeiro-ministro Mario Draghi após seu encontro com o líder da maior sigla de centro-esquerda do país.

A cúpula conta com a presença dos membros do partido ultranacionalista Liga, de Matteo Salvini, do conservador Força Itália (FI), de Silvio Berlusconi, além de outras legendas centristas. Giorgia Meloni, do Irmãos da Itália (FdI), partido opositor ao governo Draghi, não compareceu.

No início da reunião, todos expressaram "perplexidade" porque o premiê italiano "recebeu o secretário do Partido Democrático, Enrico Letta, e não os líderes dos outros partidos majoritários, depois que foi solicitada uma verificação política", segundo fontes oficiais.

"A centro-direita do governo, reunida em Villa Grande, está avaliando o momento político atual, o que é realmente preocupante, devido ao comportamento inexplicável mesmo nas últimas horas de Giuseppe Conte, do Movimento 5 Estrelas, e do Partido Democrático", diz a nota conjunta das forças políticas.

Segundo os partidos, o premiê italiano "não pode administrar uma crise tão complexa confrontando-se apenas com o amplo campo do Partido Democrático e do M5S, ainda mais depois de uma crise causada por Giuseppe Conte e das provocações do PD".

Após a ira da centro-direita, foi apurado que uma delegação composta por Salvini, Antonio Tajani, Lorenzo Cesa e Maurizio Lupi participará de um encontro com Draghi nesta noite no Palazzo Chigi, em Roma.

Draghi renunciou ao cargo depois que um dos principais partidos da coalizão do governo, o Movimento 5 Estrelas (M5S), boicotou a votação de um decreto sobre ajuda para aliviar os efeitos da inflação.

Com exceção do M5S, todos as siglas da coalizão de união nacional, principalmente o Partido Democrático (PD), de Enrico Letta, e até a centro-direita, apoiam a permanência de Draghi como premiê.

Hoje, inclusive, o PD voltou a fazer um balanço da situação do governo e reiterou a linha defendida até agora que prevê o apoio a Draghi e à continuação da legislatura. A sigla de centro-esquerda tem pressionado pela manutenção do ex-presidente do Banco Central Europeu no cargo.

No entanto, a Liga e o Força Itália já comunicaram que não aceitam um novo governo com a presença do M5S, cujo líder Conte condicionou o apoio a Draghi a inclusão das exigências do partido populista na agenda do governo.

Entretanto, o chanceler da Itália, Luigi Di Maio, que abandonou o M5S, disse que "o partido de Conte já decidiu não votar pela confiança no governo Draghi" porque "está apostando na votação antecipada, o que seria mais um colapso nas urnas".

De acordo com fontes, o futuro de Draghi será debatido no Parlamento durante dois dias: ele irá ao Senado nesta quarta-feira (20) e depois se dirigirá à Câmara dos Deputados na quinta (21). (ANSA)

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