(ANSA) - Um dia antes da votação que definirá o futuro do atual governo da Itália, o primeiro-ministro Mario Draghi se reuniu na tarde desta terça-feira (19) com membros dos partidos de centro-direita após receber críticas por ter encontrado com o líder da esquerda do país para debater a crise na coalizão de união nacional.
A reunião no Palazzo Chigi contou com a presença do líder do partido ultranacionalista Liga, Matteo Salvini, o coordenador nacional do Força Itália (FI), Antonio Tajani , o líder do União de Centro (UdC), Lorenzo Cesa e o presidente do Nós com a Itália, Maurizio Lupi, e teve duração de cerca de uma hora.
Segundo fontes oficiais, a delegação pediu para Draghi garantir que sete das nove exigências feitas nos últimos dias pelo Movimento 5 Estrelas (M5S) para continuar a apoiar o premiê no cargo sejam rejeitadas como inadmissíveis.
De acordo com apuração, as forças de centro-direita querem vetar principalmente a revisão da renda de cidadania, espécie de bolsa família da Itália, e a redução da carga tributária.
A decisão é tomada após o Força Itália e a Liga concordarem em apoiar o governo Draghi, mas rechaçar uma coalizão com o M5S, principalmente depois que o líder do partido populista, Giuseppe Conte, condicionou a permanência do M5S na base a inclusão da sua lista de propostas na agenda do governo.
As exigências não atendidas, assim como o fato de o M5S não concordar com um pacote de ajudas para combater a inflação no país, foram estopim para colocar o governo de Draghi em xeque.
Draghi chegou a entregar sua renúncia ao presidente Sergio Mattarella, que negou a demissão e pediu que o primeiro-ministro volte ao Legislativo para ver se ainda tem condições de governar, etapa que está prevista para esta quarta (20).
O encontro de hoje foi organizado após um telefonema entre Draghi e Silvio Berlusconi (FI) e ocorreu após o premiê ver o líder do Partido Democrático (PD), Enrico Letta, e provocar a ira de membros da centro-direita.
"Encontrei Draghi em excelente forma, ele parecia muito feliz: ontem o primeiro-ministro foi à Argélia para tentar consertar parte do nosso abastecimento de gás. Um excelente sinal. Achei bem e muito determinado sobre o que fazer", afirmou Letta.
De acordo com o líder da esquerda italiana, "este governo nasceu no Parlamento e o que conta são as palavras que são ditas no Parlamento". "Pedimos a todas as forças políticas da maioria que ouçam Draghi amanhã e deem a sua opinião".
Já o líder do Itália Viva e ex-premiê, Matteo Renzi, disse que "Conte fez uma tolice cósmica" e garantiu que "alguém vai perder a cara amanhã, mas a Itália não vai perder o governo". "Estou interessado em Draghi permanecer como primeiro-ministro. Votaremos em 2023", enfatizou.
Para o chanceler italiano, Luigi Di Maio, "tanto os vetos quanto as bandeiras nos levam na mesma direção: votação antecipada". Segundo ele, no entanto, amanhã deve prevalecer o senso de responsabilidade, porque "só uma atitude madura salvará o governo e porá fim a esta crise que corre o risco de arrastar o país para o colapso econômico e social". (ANSA).
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