(ANSA) - O líder do Movimento 5 Estrelas (M5S), Giuseppe Conte, criticou nesta quarta-feira (20) a "atitude de desprezo" do primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, acusado de colocar-se abertamente contra o partido.
O ex-premiê condicionou a permanência do M5S na base de união nacional e o apoio a Draghi a inclusão de sua lista de propostas na agenda do governo. No entanto, as forças de centro-direita pediram para o premiê italiano rejeitar sete das nove exigências.
Em seu discurso no Senado nesta quarta, Draghi não poupou críticas - embora indiretas - ao M5S e à Liga, insinuando que os dois partidos tentaram desestabilizar o governo. Logo depois, ao ser submetido ao voto de confiança, o premiê viu o M5S, a Liga e o Força Itália boicotarem a sessão.
"Vimos do primeiro-ministro Draghi, não apenas indicações genéricas sobre algumas medidas, mas também uma atitude de desprezo, lamentamos também termos recebido insultos", declarou Conte após o término da votação.
Segundo o líder do M5S, os membros do movimento populista foram alvos de ataques políticos e não existiam condições para continuarem com uma "cooperação leal".
"Recebemos insultos. Mesmo por parte das forças de centro-direita tem havido uma atitude incompreensível, com uma forte obstrução e um desejo deliberado de nos manter fora da maioria", acrescentou.
Para Conte, suas exigências não eram uma "questão de ultimato, mas de prioridade sobre a qual era preciso definir uma agenda de governo".
De acordo com o ex-premiê, algumas medidas que o M5S introduziu "para proteger os mais fracos e relançar a economia, que este governo utilizou para atingir impressionantes 6,6% do PIB, foram criticadas, desprezadas" e seus membros se tornaram "o alvo de um ataque político", que na sua opinião "nada tem a ver com as urgências do país".
"Hoje era preciso ter ideias claras e uma atitude precisa" e em vez disso "havia apenas uma atitude de desprezo que não é boa para o país", concluiu.
Nos últimos dias, Conte estava cobrando que as exigências do M5S apresentadas a Draghi, entre elas a manutenção da renda de cidadania, espécie de bolsa família da Itália, o fim do envio de ajudas militares à Ucrânia, a instituição do salário mínimo e a redução da carga tributária, fossem atendidas para a sigla não abandonar o governo. (ANSA)
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