União Europeia

Direita e M5S anunciam que não darão voto de confiança a Draghi

Draghi durante discurso no Senado

Redazione Ansa

(ANSA) - Partidos de direita anunciaram nesta quarta-feira (20) que não darão seu voto de confiança ao primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, deixando mais perto do fim o governo de união nacional encabeçado pelo economista.

Os partidos conservadores Força Itália (FI), Liga, União de Centro (UDC) e Nós com Itália haviam condicionado seu apoio ao premiê à saída do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) da aliança governista.

No entanto, as quatro legendas se irritaram com a decisão de Draghi de pedir o voto de confiança sobre uma resolução apresentada pelo senador Pier Ferdinando Casini, do partido Centristas pela Europa (CpE).

O texto foi protocolado após o discurso do primeiro-ministro no Senado e diz apenas: "Escutada as comunicações do presidente do Conselho dos Ministros, o Senado as aprova". A direita, no entanto, exigia um claro sinal de ruptura com o M5S, pivô da crise no governo Draghi.

"Força Itália, Liga, UDC e Nós com Itália receberam com grande estupor a decisão sobre a resolução apresentada por um senador eleito pela esquerda [Casini é historicamente próximo à centro-esquerda]", diz uma nota divulgada pelos quatro partidos.

Tanto o FI, liderado pelo ex-premiê Silvio Berlusconi, quanto a Liga, do senador Matteo Salvini, já disseram que não participarão do voto de confiança tendo essa resolução como base. Em seguida, o M5S, que vinha mantendo mistério sobre sua posição, também decidiu abandonar a sessão no Senado.

Com isso, o premiê arrisca repetir o cenário da semana anterior, quando venceu um voto de confiança no Senado, mas com parte de sua base boicotando a votação.

A crise levou o economista a entregar o cargo ao presidente Sergio Mattarella, que rejeitou a renúncia e pediu que ele voltasse ao Parlamento para verificar se ainda havia condições de governar. Nos corredores da Câmara dos Deputados, onde está previsto um discurso de Draghi para esta quinta (21), os parlamentares já falam em eleições antecipadas.

Caso o fim do governo se confirme, o destino da Itália ficará a cargo de Mattarella, que ainda pode tentar encontrar uma solução para garantir a aprovação da Lei Orçamentária de 2023 e a conclusão do plano nacional para utilização do fundo da União Europeia para o pós-pandemia, que dará ao país quase 200 bilhões de euros, antes de convocar os eleitores às urnas. (ANSA)

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