União Europeia

Itália liga alerta contra 'ingerência russa' nas eleições

Presidente de comitê afirmou que país é um dos principais alvos

Eleições na Itália vão ocorrer em 25 de setembro

Redazione Ansa

(ANSA) - O presidente do Comitê Parlamentar para Segurança da República (Copasir), Adolfo Urso (FdI), confirmou nesta sexta-feira (22) que o grupo está trabalhando para evitar uma ingerência, especialmente da Rússia, nas eleições marcadas para o próximo dia 25 de setembro na Itália.

"Nós estamos trabalhando nisso. Está ocorrendo uma guerra de desinformação, manipulação propaganda que não é só da Rússia, mas que a Rússia pratica especificamente nas relações com o Ocidente há ao menos uma década para condicionar nossas democracias e realizar os seus objetivos de potência hegemônica", disse Urso durante um evento em Lodi.

Segundo o político, o país é "um dos principais alvos" para espionagem internacional "porque somos um país-fronteira, mas também como uma dobradiça em relação às informações". Para Urso, todos devem estar "conscientes" dessas operações e entender que "são vários os instrumentos utilizados pela Rússia e não só por eles".

Por conta da queda do governo de Mario Draghi, muitos políticos italianos acusaram os partidos que se abstiveram da votação de confiança no Senado na última quarta-feira (20) - Movimento 5 Estrelas, Liga e Força Itália - de estarem "ajudando" Moscou.

Agora, com as eleições, as pesquisas apontam que o primeiro colocado nas intenções de voto é a sigla de extrema-direita Irmãos da Itália (FdI), partido do qual Urso faz parte, também acusado de ter ligações com o governo de Vladimir Putin.

No entanto, Urso afirmou que a legenda "foi uma das forças políticas que mais afirmou que a Itália deveria se unir aos parceiros europeus e atlânticos, com o povo ucraniano e contra a Rússia" e que por isso, em caso de vitória do FdI, são os "russos que devem temer".

O presidente do Copasir ainda afirmou que, caso as pesquisas sejam confirmadas e o centro-esquerda Partido Democrático (PD) fique na segunda posição e, consequentemente, na oposição a um governo do FdI, "ele tenha a mesma coerência" atual de "ficar com os aliados para proteger a Ucrânia no enfrentamento da invasão russa".

Conforme as últimas pesquisas de opinião dos principais veículos italianos, o FdI aparece na primeira posição, com percentuais entre 22,8% e 23,8%. O PD varia entre 22% e 22,9%. O terceiro colocado é a Liga, com 14% a 15,1%, seguido pelo M5S (9,5% a 10,8%) e FI (7,4% e 10,1%). (ANSA).
   

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