União Europeia

Itália aluga balsa para tirar migrantes de Lampedusa

Ilha é epicentro de crise migratória no Mediterrâneo

Redazione Ansa

(ANSA) - O governo da Itália alugou nesta quarta-feira (27) uma balsa para esvaziar o centro de acolhimento da ilha de Lampedusa, porta de entrada no país para migrantes forçados e refugiados.

O anúncio foi feito pelo prefeito de Lampedusa, Filippo Mannino, após uma reunião com a ministra italiana do Interior, Luciana Lamorgese, em meio ao recrudescimento da crise migratória no Mar Mediterrâneo Central.

"O Ministério do Interior alugou uma balsa, a Pietro Novelli, que fará a travessia três vezes por semana para transferir os migrantes do centro de acolhimento", disse Mannino, que está no cargo desde junho passado e cobrava o envio de um navio humanitário para a ilha.

A Pietro Novelli pertence à empresa Siremar, que opera rotas entre a Sicília e suas ilhas menores, como Lampedusa. A embarcação prestará serviço ao governo até setembro - período que corresponde ao verão na Europa, quando o mar está mais propício para travessias - e tem capacidade para 500 pessoas.

"Com um navio humanitário, vamos conseguir remediar, ao menos durante o verão, a superlotação da estrutura de acolhimento, evitando cenas de degradação e riscos para a saúde", afirmou Mannino.

Com cerca de 6 mil habitantes, Lampedusa fica mais perto do norte da África do que da Península Itálica, o que a torna uma porta de entrada para refugiados e migrantes não apenas na Itália, mas também na União Europeia.

O centro de acolhimento da ilha tem capacidade para 350 pessoas, mas abrigava cerca de 2 mil até a manhã desta quarta-feira (27), devido às dezenas de desembarques ocorridos desde o fim de semana.

Recrudescimento

A Itália já recebeu 37.950 migrantes forçados via Mediterrâneo em 2022 (sem contar os números deste fim de semana), crescimento de 38% na comparação com o mesmo período de 2021, de acordo com o Ministério do Interior.

Os principais países de origem dos deslocados são Tunísia (6.916), Egito (6.063), Bangladesh (5.943), Afeganistão (3.306) e Síria (2.202). Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), 875 pessoas já morreram ou desapareceram na travessia do Mediterrâneo Central em 2022.

O recrudescimento dos fluxos migratórios no sul da Itália deve ser um dos principais temas da campanha para as eleições antecipadas de 25 de setembro, que têm a extrema direita como favorita à vitória.

Tanto a deputada Giorgia Meloni, líder nas pesquisas, quanto o ex-ministro do Interior Matteo Salvini, terceiro colocado, prometem endurecer as políticas migratórias do país e barrar a entrada de pessoas resgatadas no Mediterrâneo. (ANSA)

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