União Europeia

Esquerda e centro acertam aliança na Itália

Objetivo é se contrapor à ascensão da extrema direita

Redazione Ansa

(ANSA) - O principal partido progressista da Itália fechou nesta terça-feira (2) um acordo com uma coalizão de centro para tentar fazer frente ao favoritismo da extrema direita nas eleições antecipadas de 25 de setembro.

O pacto reúne o social-democrata Partido Democrático (PD), liderado pelo ex-premiê Enrico Letta, e a aliança formada pelas legendas de centro Ação, do ex-ministro do Desenvolvimento Econômico Carlo Calenda, e Mais Europa, da ex-ministra das Relações Exteriores Emma Bonino.

"Estou plena e inteiramente satisfeito. Hoje voltamos ao jogo, não acredito que os italianos estejam dispostos a se submeter a uma proposta que os marginalize na Europa", declarou Calenda.

Todos as pesquisas colocam o partido de ultradireita e eurocético Irmãos da Itália (FdI), de Giorgia Meloni, e o PD em empate técnico na liderança, em uma faixa entre 20% e 24% da preferência do eleitorado.

No entanto, o FdI integra uma coalizão com a ultranacionalista Liga, de Matteo Salvini, e o moderado Força Itália (FI), de Silvio Berlusconi. Essa aliança aparece com mais de 40% das intenções de voto e pode até obter maioria absoluta no Parlamento, beneficiando-se de um sistema eleitoral que mistura proporcional com majoritário.

"Estamos sólidos e compactos e vamos vencer as eleições. A partir de hoje, acabaram as discussões", reforçou Calenda, que hesitava em se aliar ao PD por causa da intenção do partido de incluir na coligação legendas menores de esquerda que fizeram oposição a Mario Draghi e dissidentes do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S).

O acordo prevê que PD e Ação não candidatem "personalidades divisivas" nos colégios majoritários para a Câmara dos Deputados e o Senado, ou seja, naqueles onde apenas o postulante mais votado será eleito.

Esses colégios definirão 37% das vagas na próxima legislatura, enquanto o restante será escolhido por meio do sistema proporcional, com os assentos no Parlamento distribuídos de acordo com o percentual obtido por cada partido.

Dessa forma, a centro-esquerda não vai candidatar nos colégios majoritários os líderes dos partidos da coligação, tampouco dissidentes do M5S e do Força Itália.

"Foi muito mais difícil encontrar um compromisso entre nós, em relação ao que aconteceu na direita, onde Berlusconi e Salvini assinaram uma rendição [a Meloni]", declarou Letta. "Não é imaginável que o país passe de Draghi para um governo guiado por Meloni", acrescentou.

O próximo passo do PD é tentar formalizar a aliança com os partidos Esquerda Italiana e Europa Verde, que divergem do discurso liberal de Calenda e, juntos, têm cerca de 4% das intenções de voto, pouco acima da cláusula de barreira de 3%.

Já a aliança Ação/Mais Europa aparece com aproximadamente 7%. (ANSA)

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