(ANSA) - Os primeiros sete meses de 2022 indicam que esse será o ano mais quente da história da Itália, informa o Instituto de Ciências da Atmosfera e do Clima do Conselho Nacional de Pesquisa (Isac-CNR) nesta sexta-feira (5).
Até o momento, a média está 0,98°C acima do que foi registrado desde 1800 - quando os números começaram a ser registrados. Só em julho, os termômetros ficaram 2,26°C acima da média.
"Se 2022 terminasse agora, seria o ano mais quente de toda a história", disse um dos representantes do Isac-CNR, Michele Brunetti, à ANSA.
O especialista ainda aponta que, para além do calor incomum, a seca que está sendo vista em 2022 também é histórica.
"Nós temos uma queda de 46% nas precipitações acumuladas entre o início do ano e julho na média dos 30 anos entre 1991 e 2020. Até o momento, 2022 também é o ano mais seco de 1800 até hoje", acrescentou.
Pelos registros, o ano mais seco é 2017, mas o volume de precipitações nesses sete meses já é "muito inferior" ao que foi visto há cinco anos. De maneira simplificada, em 2022, há a metade da chuva registrada nos últimos 30 anos, com um fenômeno mais crítico ainda no norte do país.
A maior confederação de agricultores da Itália, a Coldiretti, afirmou que o aumento nas temperaturas unido ao período de seca "causam um efeito devastador" na economia, que já superam os 6 bilhões de euros. Isso equivale a 10% da produção nacional.
"O interior da Itália vive no extremo, com uma queda de 45% na produção do milho e da forragem para alimentação dos animais, de 20% para o leite nos estábulos, 30% no trigo para massas duras, mais de 1/5 da produção para massas mais moles, e 30% no arroz. Cerca de 15% das frutas foram 'queimadas' pelas temperaturas acima dos 40°C e há 20% menos mexilhões e amêijoas pela falta de água no Rio Pó", informa a entidade em nota. (ANSA).