(ANSA) - O filho de um partisan executado há exatos 78 anos alertou nesta quarta-feira (10) para o risco de "herdeiros do fascismo" chegarem ao poder na Itália.
A declaração foi dada por Sergio Fogagnolo, filho de Umberto Fogagnolo, um dos 15 combatentes da resistência fuzilados por nazifascistas na Piazzale Loreto, em Milão, no dia 10 de agosto de 1944.
"Fico aterrorizado ao pensar que, 100 anos depois da Marcha sobre Roma [manifestação que simbolizou a ascensão de Benito Mussolini ao poder], os herdeiros do fascismo podem tomar o Palácio Chigi [sede do governo] e colocar as mãos na Constituição", disse Fogagnolo durante um evento em homenagem aos mártires de 1944.
A favorita à vitória nas eleições de 25 de setembro é uma coalizão hoje encabeçada pelo partido de ultradireita Irmãos da Itália (FdI), da deputada Giorgia Meloni. O FdI é herdeiro do extinto partido neofascista Movimento Social Italiano (MSI), que havia sido fundado por expoentes do regime de Mussolini.
O Irmãos da Itália inclusive exibe em seu logo a chama tricolor, símbolo histórico do MSI. Até 2017, o distintivo do FdI também mostrava a sigla do Movimento Social Italiano.
Fogagnolo, no entanto, não citou Meloni nominalmente, mas disse que o principal aliado da deputada, o senador de extrema direita Matteo Salvini, da Liga, foi um "ministro do Interior com vocação totalitária".
Salvini chefiou a pasta responsável por questões de segurança pública entre 2018 e 2019 e se notabilizou por suas ações contra as ONGs que resgatam migrantes no Mediterrâneo. Ele é cotado para voltar ao Ministério do Interior em caso de vitória da coalizão de direita, que ainda inclui Silvio Berlusconi.
No início de sua carreira política, Meloni chegou a dizer que tinha uma "relação serena com o fascismo", mas hoje tenta se apresentar como moderada, embora uma de suas principais propostas seja o bloqueio naval contra migrantes no Mediterrâneo, ideia que não é encampada nem mesmo por Salvini.
A deputada tem reiterado que vai manter a política externa do governo de Mario Draghi caso seja nomeada premiê, o que significa alinhamento com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a União Europeia. (ANSA)
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