União Europeia

Fittipaldi se candidata ao Senado da Itália pela extrema direita

Bicampeão da F1 vai concorrer pelo partido de Giorgia Meloni

Redazione Ansa

(ANSA) - O bicampeão mundial de Fórmula 1 Emerson Fittipaldi será candidato ao Senado da Itália pelo partido da deputada de extrema direita Giorgia Meloni, que lidera as pesquisas de intenção de voto para as eleições de 25 de setembro.

O ex-piloto e empresário ítalo-brasileiro de 75 anos disputará um assento na circunscrição da América do Sul - a Itália elege deputados e senadores para representar seus cidadãos no exterior desde 2006 - pela legenda Irmãos da Itália (FdI), herdeiro político do extinto partido pós-fascista Movimento Social Italiano (MSI).

"Estou muito feliz em concorrer ao Senado Italiano por meio das eleições parlamentares de setembro. Já tenho várias propostas desenhadas, e todas elas têm como objetivo promover ações ligadas aos brasileiros em terras italianas, tanto ligadas à cultura quanto ao esporte", diz Fittipaldi em comunicado oficial.

O bicampeão de F1 propõe a defesa da transmissão de cidadania italiana por direito de sangue, a criação de competições esportivas para italianos espalhados pelo mundo, o reconhecimento automático de diplomas da América do Sul na Itália e a fundação de uma universidade voltada aos "oriundi", como são chamados os descendentes de italianos.

Fittipaldi foi o primeiro brasileiro campeão na Fórmula 1, com títulos em 1972 e 1974, e também foi campeão da Indy, em 1989, e bicampeão das 500 milhas de Indianápolis, em 1989 e 1993.

Em sua corrida pelo Senado, terá entre os adversários o ex-ministro e ex-embaixador Andrea Matarazzo, que concorrerá pelo Partido Socialista Italiano (PSI). No entanto, nenhum dos dois deve ter vida fácil.

Até 2018, as eleições parlamentares italianas destinavam quatro vagas na Câmara e duas no Senado para a América do Sul, mas uma reforma aprovada em 2020 reduziu esses números pela metade.

Com isso, os italianos que vivem no subcontinente elegerão em 2022 apenas um senador e, historicamente, o candidato mais votado é sempre ligado à Argentina, onde o colégio eleitoral (cerca de 770 mil eleitores) é muito mais numeroso que no Brasil (cerca de 430 mil).

Por outro lado, como o voto é computado primeiro para a coalizão ou partido, e depois para o candidato, Fittipaldi pode ajudar o FdI a aumentar seu eleitorado total em uma região onde a abstenção gira em torno de 70%.

A legenda de Meloni lidera todas as pesquisas de intenção de voto para 25 de setembro, em empate técnico com o Partido Democrático (PD), de centro-esquerda.

No entanto, o FdI tem a vantagem de integrar uma coalizão com a Liga, de Matteo Salvini, e o Força Itália, de Silvio Berlusconi, aliança que aparece com quase 50% da preferência.

O novo partido de Fittipaldi foi fundado em 2012 por um grupo de antigos militantes do extinto MSI, sigla que havia sido criada no pós-guerra por egressos do regime fascista de Benito Mussolini.

Entre as propostas do FdI estão o bloqueio naval contra migrantes no Mediterrâneo e a substituição do regime parlamentarista pelo presidencialismo. (ANSA)

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