(ANSA) - Facebook, Instagram e Twitter apagaram postagens da deputada italiana de extrema direita Giorgia Meloni, líder nas pesquisas para as eleições parlamentares de 25 de setembro, que exibiam um estupro.
A Meta, holding que controla Facebook e Instagram, disse que as publicações violaram suas normas sobre a "exploração sexual de adultos. Já o Twitter limitou-se a explicar que o post desrespeitou suas regras.
O vídeo exibia um estupro cometido em plena rua por um solicitante de refúgio guineense de 27 anos contra uma mulher ucraniana de 55, na cidade de Piacenza, norte da Itália. O crime foi filmado com uma câmera de celular a partir de um prédio enquanto a polícia não chegava.
O estuprador e a vítima apareciam com as imagens borradas, mas era possível ouvir claramente os gritos e as lamentações da mulher. Políticos de centro e esquerda qualificaram a atitude de Meloni como "indecente", "indecorosa" e "desrespeitosa" por expor uma vítima de violência sexual sem seu consentimento.
Já a deputada se justificou com o argumento de que o problema é o estupro, e não sua exibição nas redes sociais - Meloni tem mais de 4,5 milhões de seguidores no Facebook, Instagram e Twitter.
A presidente do partido de extrema direita Irmãos da Itália (FdI) costuma usar suas redes sociais para associar um suposto aumento da criminalidade aos migrantes e refugiados resgatados no Mar Mediterrâneo.
No entanto, dados divulgados pelo próprio governo italiano indicam que a maioria esmagadora dos casos de violência contra a mulher são cometidos no âmbito familiar e por homens próximos.
O FdI está em empate técnico com o Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, na liderança das pesquisas, mas sua coalizão com a Liga, de Matteo Salvini, e o Força Itália (FI), de Silvio Berlusconi, é favorita para obter maioria no Parlamento.
A sigla de Meloni foi fundada há 10 anos e é herdeira política do extinto partido pós-fascista Movimento Social Italiano (MSI), que havia sido criado por aliados do ditador Benito Mussolini após a Segunda Guerra Mundial.
Uma de suas principais propostas é impor um bloqueio naval no Mediterrâneo para impedir a chegada de migrantes forçados à Itália. (ANSA)
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