(ANSA) - A deputada Giorgia Meloni e o senador Matteo Salvini, líderes da extrema direita italiana, negaram nesta quarta-feira (14) que seus partidos tenham recebido dinheiro da Rússia.
Os dois políticos se pronunciaram após a divulgação de um relatório da inteligência dos Estados Unidos que acusa Moscou de ter distribuído mais de US$ 300 milhões para partidos de mais de 20 países desde 2014.
Não se sabe ainda quais as nações e legendas políticas mencionadas no documento, mas Meloni e Salvini, acusados por adversários de simpatizar com o regime de Vladimir Putin, já começaram a se defender.
"Estou certa de que o Irmãos da Itália [partido de Meloni] não pega dinheiro de estrangeiros", declarou a deputada, que é favorita à vitória nas eleições de 25 de setembro, à emissora Radio 24.
"Eu nunca pedi e nunca recebi dinheiro da Rússia, sejam rublos, euros, dinares ou dólares", disse Salvini, que é aliado de Meloni, à RTL 102.5. "É estranho que sempre cheguem essas fake news a 10 dias do voto. Há anos que existem inquéritos abertos, mas nunca foi encontrado nada porque não há nada", acrescentou.
Aliados de Salvini são investigados por suspeita de negociar repasses russos para seu partido, a Liga, algo que ele nega veementemente. Além disso, a legenda de extrema direita assinou em 2017 um acordo de cooperação com o Rússia Unida, partido que dá sustentação ao regime Putin.
O senador também já expressou admiração pelo presidente russo em diversas ocasiões, embora critique a invasão à Ucrânia.
Adolfo Urso, presidente do Comitê Parlamentar para Segurança da República (Copasir) e membro do partido de Meloni, disse ter ouvido de Franco Gabrielli, secretário de Segurança do governo, que não há notícia de que a Itália seja citada no relatório da inteligência americana. "Mas as coisas podem mudar", reconheceu Urso, que está em viagem aos EUA.
Enquanto isso, o ex-premiê Enrico Letta, líder do centro-esquerdista Partido Democrático (PD), afirmou que é preciso "esclarecer a verdade sobre esse caso antes da eleição".
"Pedimos transparência e informação. Isso que está acontecendo é inquietante, o esforço russo para contaminar a democracia ocidental", ressaltou.
As eleições parlamentares na Itália estão marcadas para 25 de setembro, com amplo favoritismo da coalizão conservadora encabeçada por Meloni, Salvini e também pelo ex-premiê Silvio Berlusconi, amigo de longa data de Putin. (ANSA)
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