(ANSA) - O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, que deve deixar o poder em breve, discursou na noite desta terça-feira (20) na Assembleia-Geral da ONU e afirmou que os referendos em regiões pró-Rússia da Ucrânia são violações do direito internacional.
Além disso, garantiu que o país continuará sendo "protagonista" na União Europeia e na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em uma mensagem para os que temem uma deriva pró-Moscou em caso de vitória da extrema direita nas eleições de 25 de setembro.
"Até agora, a Rússia não demonstrou querer o fim do conflito. Os referendos pela independência do Donbass são mais uma violação do direito internacional, a qual condenamos com firmeza", disse o premiê nas Nações Unidas.
Na última terça, as autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk anunciaram que farão referendos de anexação pela Rússia entre 23 e 27 de setembro, bem como as províncias de Kherson e Zaporizhzhia, parcialmente controladas por Moscou desde o início da guerra.
As votações chegam em meio à contraofensiva ucraniana para reconquistar territórios tomados pelas tropas russas. "O plano de Moscou era conquistar Kiev em poucas semanas, mas os soldados ucranianos derrotaram essa estratégia e obrigaram a Rússia a um conflito mais longo e desgastante, graças também à nossa ajuda militar", disse Draghi na ONU.
"O resultado do conflito ainda é imprevisível, mas Kiev parece ter obtido uma vantagem estratégica importante", acrescentou. Além disso, o premiê defendeu as sanções ocidentais contra o regime de Vladimir Putin e declarou que as medidas tiveram um efeito "perturbador sobre a máquina bélica russa".
Reforma da ONU
Em seu discurso, Draghi também disse que a Itália "apoia com ênfase" a reforma do Conselho de Segurança da ONU, um pleito histórico do Brasil.
"A guerra na Ucrânia e as crises derivadas colocaram à prova a coesão da comunidade internacional, mas é justamente nesse contexto em que é necessário reencontrar o espírito de cooperação que nos permitiu enfrentar outros desafios não menos duros. Nossas instituições comuns devem se renovar", disse. (ANSA)
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