União Europeia

Conheça os programas de governo dos partidos da Itália

Cidadãos vão às urnas no próximo domingo (25)

Italianos irão às urnas neste domingo para decidir seu futuro político

Redazione Ansa

(ANSA) - As eleições do próximo domingo (25) na Itália colocam diversas visões de governo em votação - com diferenças significativas em pontos que permeiam a vida cotidiana dos cidadãos nos últimos anos.

O pleito chega com o favoritismo do bloco de centro-direita, formado pelos extrema-direita Irmãos da Itália (FdI) e Liga e pelo conservador Força Itália (FI).

Considerando só os partidos, o centro-esquerda Partido Democrático (PD) aparece na segunda posição. Com menos força, mas ainda podendo ter um percentual acima dos 10%, está o populista Movimento 5 Estrelas (M5S).

Dos poucos pontos de convergência entre os principais partidos, está a permanência na União Europeia - nesse caso com alguns pontos de divergência no sentido da influência do bloco nas políticas do país - e com os países da Aliança do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Também há o apoio constante, ao menos no discurso público, à Ucrânia na guerra iniciada pela Rússia.

Todas as siglas também defendem, com diferenças de abordagem, um apoio maior às famílias e às empresas italianas em meio às crises energética e inflacionária por conta da guerra e um maior incentivo aos jovens no mercado de trabalho.

Mas as semelhanças, especialmente entre a centro-direita e o PD, param por aí. No caso da migração, por exemplo, as visões são completamente opostas.

A centro-direita, apesar de ter divergências entre si, defende o bloqueio naval dos estrangeiros que tentam chegar pelo Mar Mediterrâneo e a criação dos chamados 'hubs' em países terceiros para que aqueles que queiram pedir asilo na Itália esperem fora do território nacional.

Já o PD e o M5S - bem como os centristas Itália Viva (IV) e Ação que formam o grupo "terceira via" - defendem o acolhimento como está sendo feito nos últimos anos.

Além disso, a centro-esquerda e os populistas são favoráveis aos projetos de concessão de cidadania a menores de idade que moram há bastante tempo na Itália, em textos que estão bloqueados no Parlamento por conta da direita.

Outro ponto de total desacordo é o projeto desejado especialmente pelo FdI, mas que foi incluído no plano de governo do bloco, com a mudança constitucional para fazer com que a Itália tenha o sistema de presidencialismo. Atualmente, é o Parlamento quem indica o chefe de Estado para um mandato de sete anos. O projeto não tem nenhum apoio dos adversários políticos.

Nas questões energéticas, também há grandes diferenças entre os grupos políticos. O bloco liderado por Giorgia Meloni, Matteo Salvini e Silvio Berlusconi defende o aumento do uso da energia nuclear, da regaseificação - processo converte gás natural liquefeito em gás natural à temperatura atmosférica, mas que consome muita água no procedimento - e as usinas de energia de resíduos.

Por sua vez, o PD é contrário à construção das usinas de regaseificação e quer apostar cada vez mais nas plantas de energia renováveis. O M5S tem proposta semelhante, mas é contrário às usinas de resíduos - inclusive, a construção de uma dessas unidades em Roma foi a justificativa para o partido não votar a confiança em um projeto do premiê Mario Draghi, o que levou à queda do governo.

Na economia, também há diferenças significativas. A centro-direita defende a ampliação da chamada "flat tax", a redução das alíquotas do imposto de renda, para empregados de empresas. No entanto, Salvini quer a alíquota em 15% e Berlusconi em 23%.

O PD foca seu projeto político em uma reforma total do Imposto de Renda das Pessoas Físicas (Irpef) e a paridade salarial entre homens e mulheres. O M5S é o principal defensor de um salário mínimo nacional e de aumentar ajudas para famílias e empresas vindas do governo.

Conforme as últimas pesquisas eleitorais, publicadas em 9 de setembro por conta da legislação nacional, o FdI tem entre 24,6% e 25,3% das intenções de voto; o PD aparece com 20,5% a 22,4%; a Liga tem 12% a 13,3%; o M5S tem entre 13,3% e 14,5%; e o FI tem 7,2% e 8%. (ANSA).
   

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