(ANSA) - Principal candidata a se tornar a próxima premiê da Itália, a deputada de extrema direita Giorgia Meloni deve parte desse favoritismo ao complexo sistema eleitoral do país, que mistura voto proporcional com majoritário.
Ao longo da última legislatura, diversos partidos defenderam mudanças no chamado "Rosatellum", nome derivado do autor do sistema, deputado Ettore Rosato, mas todas as tentativas de alterar as regras eleitorais fracassaram.
A maior parte dos novos parlamentares - 63% - será eleita através do modelo proporcional, ou seja, com o número de assentos na Câmara e no Senado distribuídos de acordo com o percentual obtido por cada partido ou coligação.
Nesse sistema, cada legenda apresenta uma lista de candidatos, e o eleitor escolhe aquela que mais lhe agrada. Os deputados e senadores eleitos seguirão a ordem pré-definida pelos próprios partidos.
Já os 37% restantes serão escolhidos em uma espécie de voto distrital, com a divisão da Itália em diversos colégios majoritários, onde apenas o candidato mais votado em cada um chegará ao Parlamento.
Desse modo, o eleitor pode dar dois votos para a Câmara e dois para o Senado, mas não é possível escolher uma lista que não apoie seu candidato no majoritário. Se isso ocorrer, os votos serão anulados.
O fato de mais de um terço do Parlamento ser eleito por voto majoritário favorece as coalizões, o que pode beneficiar Meloni.
Seu partido, o Irmãos da Itália (FdI), aparece tecnicamente empatado com o Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, nas pesquisas, porém integra uma coalizão que soma quase 50% das intenções de voto em âmbito nacional.
Analistas acreditam que a aliança de direita pode vencer na maioria esmagadora dos colégios majoritários, uma vez que seus adversários não conseguiram formar uma frente ampla unificada.
O sistema eleitoral italiano também prevê cláusulas de barreira de 3% para partidos e de 10% para coligações. (ANSA)
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