União Europeia

Com vitória iminente, Meloni está a um passo do governo

Redazione Ansa

(ANSA) - Giorgia Meloni está a um passo do triunfo. No Hotel Parco dei Principi, em Roma, onde o partido Irmãos da Itália (FdI) organizou sua noitada eleitoral, há grande otimismo, mas ainda reinam a cautela e a prudência.

Nem mesmo as pesquisas de boca de urna, que apontam claramente o FdI como o primeiro partido, fizeram explodir a alegria por um resultado que se desenha como histórico. Foi possível ouvir apenas um breve aplauso por parte dos poucos dirigentes presentes e fechados em uma sala.

Com uma maioria que pode ser muito ampla, Meloni, de 45 anos, deve se tornar a primeira mulher premiê na história da República Italiana. Apenas Nilde Iotti chegou perto, em 1987, quando recebeu um mandato explorativo para tentar formar um governo, mas sem sucesso.

Meloni também deve se tornar a primeira presidente do Conselho dos Ministros que é herdeira direta da direita neofascista, levando a chama tricolor do extinto Movimento Social Italiano (MSI) ao governo.

Romana e mãe de uma filha, Meloni já está na vida política há mais de duas décadas e tem posições próximas às do ex-presidente dos EUA Donald Trump. Seus adversários a definem como "inadequada para governar", enquanto a imprensa internacional vê o "retorno do fascismo" à Itália, 100 anos depois da Marcha sobre Roma.

Sua proposta de impor um bloqueio naval contra migrantes, sua aversão à adoção de crianças por casais homoafetivos e seu lema "Deus, pátria e família" provocaram fortíssimas críticas. Ela, no entanto, se define como "patriota" e paladina contra a "globalização sem controle", que destrói "as comunidades, os povos e seus valores identitários".

Meloni, no entanto, sabe que a Itália, com sua enorme dívida pública, não poderá encontrar caminhos fora da União Europeia se não quiser ser vítima da especulação financeira. Recentemente, em entrevista à Reuters, garantiu que pretende respeitar os parâmetros de orçamento fixados por Bruxelas e prometeu que não fará "loucuras" com as contas públicas. (ANSA)

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