União Europeia

Draghi defende gestão 'cuidadosa' de recursos na Itália

Premiê italiano falou sobre combate à máfia em evento

Redazione Ansa

(ANSA) - O primeiro-ministro demissionário da Itália, Mario Draghi, disse nesta terça-feira (4) que o país "precisa de ajuda, mas acima de tudo de trabalho e crescimento" e defendeu uma gestão "cuidadosa" dos recursos.

"Devemos garantir uma rede robusta de proteção econômica e social para cidadãos e empresas, juntamente com sérias perspectivas de desenvolvimento", declarou ele na direção nacional antimáfia.

Draghi enfatizou ainda "a necessidade de uma gestão prudente dos recursos, que rejeite as tentativas do crime organizado de roubar dinheiro público, como aconteceu muitas vezes no passado".

Para ele, o "Plano Nacional de Retomada e Resiliência (PNRR) não é o plano de um governo, mas de toda a Itália, e precisa do empenho de todos para garantir seu sucesso dentro do prazo e com os objetivos esperados".

"A política italiana pode alcançar grandes resultados quando colabora - entre força políticas de diferentes cores, entre o governo central e as autoridades locais".

O premiê italiano também explicou que "ajudar os procuradores e as forças de segurança pública é essencial, mas não suficiente". Por isso, é um dever "continuar a fortalecer a cultura da legalidade e agir contra as causas profundas que favorecem o crime".

"Esse esforço compartilhado deve ser particularmente intenso em tempos de incerteza econômica, como aquela em que vivemos. As máfias enfiam-se no tecido econômico e financeiro do país e exploram as dificuldades dos cidadãos e empresários honestos para expandir, eliminar a concorrência, branquear fundos ilícitos", ressaltou.

O primeiro-ministro lembrou que "o confisco de bens roubados da máfia é resultado de uma lei de 1982, que leva os nomes de Pio La Torre, ex-secretário do Partido Comunista da Sicília, e Virginio Rognoni, então ministro democrata-cristão do Interior, falecido em 20 Setembro passado".

De acordo com Draghi, a legislação "foi parte das bases sobre as quais os juízes Falcone e Borsellino construíram o grande julgamento contra a Cosa Nostra; forneceu a base legal para investigações posteriores que infligiram novos e duros golpes às máfias; e contribuiu para tornar a recuperação e confisco de bens das máfias na Itália um modelo a nível europeu, um instrumento de cooperação entre os Estados-Membros".

"Devemos estar orgulhosos do que a Itália fez na luta contra a máfia - do que você e seus colegas fizeram. Ao mesmo tempo, devemos estar cientes de que esse compromisso deve continuar, sem hesitação, também nos próximos anos", enfatizou.

Por fim, disse que a "antimáfia é um patrimônio de todos, a ser salvaguardado e fortalecido". "Você é a nossa certeza de que as máfias têm um fim e um começo; que qualquer ataque aos valores de nossa República será frustrado; que continuaremos a lutar para remover todos os obstáculos à nossa democracia, à nossa liberdade", concluiu. (ANSA).
   

Leggi l'articolo completo su ANSA.it