União Europeia

Meloni rebate críticas de ministra francesa sobre 'direitos'

Provável nova premiê afirmou que não aceita 'ingerências'

Redazione Ansa

(ANSA) - A líder do partido ultranacionalista Irmãos da Itália (FdI) e provável premiê italiana, Giorgia Meloni, rebateu nesta sexta-feira (7) as críticas feitas pela secretária francesa para Assuntos Europeus, Laurence Boone, sobre temores referentes ao futuro governo do país.

"Li no [jornal] 'La Repubblica' que a ministra francesa Laurence Boone teria dito que 'queremos trabalhar com Roma, mas vigiaremos sobre o respeito aos direitos e à liberdade' e 'estaremos muito atentos ao respeito dos valores e das regras do Estado de direito'. Quero esperar que a mídia de esquerda tenha deturpado as declarações feitas por expoentes de governos estrangeiros e confio que o governo francês desminta essas palavras", escreveu em suas redes sociais.

Segundo Meloni, a fala de Boone "parece muito com uma inaceitável ameaça de ingerência contra um Estado soberano, membro da União Europeia". "A era dos governos liderados pelo PD [Partido Democrático, de centro-esquerda] que pedem proteção no exterior acabou", escreveu ainda.

Meloni lidera o chamado bloco de direita que, além do FdI, conta ainda com o ultranacionalista Liga e o conservador Força Itália. O novo governo ainda não tomou posse e as consultas formais para a formação dele com o presidente do país, Sergio Mattarella, começarão após a eleição do presidente da Câmara dos Deputados, o que deve ocorrer no dia 13 de outubro.

Já o governo francês não se manifestou oficialmente sobre as falas de Meloni. 

Fontes do gabinete da ministra dizem que Boone "não quer dar lição a ninguém" ao serem questionados sobre a polêmica.

"A apresentação nessa entrevista da relação que pretendemos ter com a Itália simplifica excessivamente o pensamento da ministra. Como ela disse, a França respeita obviamente a escolha democrática dos italianos", acrescentaram.

Em Turim, o presidente da Itália, Sergio Mattarella, foi questionado sobre a polêmica e disse que a Itália "sabe cuidar de si mesma no respeito à Constituição e dos valores da União Europeia". (ANSA).

   

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