(ANSA) - A Confederação Geral Italiana do Trabalho (Cgil), um dos maiores sindicatos do país, voltou às ruas de Roma neste sábado (8) para uma manifestação chamada "Itália, Europa: escutem o trabalho" em que apresenta as 10 propostas da entidade para o país, do teto de preço para as contas de energia aos problemas do fisco.
A manifestação, liderada pelo secretário da Cgil, Maurizio Landini, ainda ocorre há cerca de um ano da sede da instituição ter sido atacada por grupos fascistas na capital italiana. O mote da manifestação é fazer com que tanto a Itália como a União Europeia voltem a colocar os temas relacionados ao trabalho e à justiça social no centro do debate, especialmente, em um momento de crise econômica.
No entanto, por volta da hora do início do ato político, a provável futura premiê italiana, Giorgia Meloni, líder do ultranacionalista Irmãos da Itália (FdI), vencedor das eleições parlamentares antecipadas de 25 de setembro, foi às redes sociais criticar os protestos.
"Estamos vivendo um paradoxo no qual a esquerda - atualmente no governo - vai às praças contra as 'políticas do governo Meloni' ainda nem formado. Compreendo a vontade de protestar depois de anos de Executivo inconcludentes que nos levaram a atual desastrosa situação, mas o nosso objetivo será restituir o futuro, visão e grandeza à Itália", escreveu.
No entanto, o ministro do Trabalho, Andrea Orlando, que está entre os que participam do evento, disse que "Meloni não escutou as palavras de ordem do sindicato" e que a "Cgil pede que apenas possa prosseguir em um método que caracteriza todas as democracias europeias, do diálogo social e dos debates com o mundo do trabalho".
Após a repercussão, o FdI divulgou uma nota oficial em que afirma que o post de Meloni não se referia à manifestação de hoje.
"Destacamos que não há nenhuma relação entre o post publicado nessa manhã e a manifestação da Cgil de hoje em Roma, que o que sabemos, não é organizada para protestar contra Meloni. O post da presidente do FdI refere-se, de fato, às manifestações organizadas nos últimos dias em várias cidades italianas, nas quais foram queimadas fotos de Meloni", diz a nota.
O novo governo italiano será formado pelo chamado bloco de direita, vencedor das eleições e liderado por Meloni - com a presença ainda da Liga e do Força Itália.
A primeira sessão na Câmara dos Deputados da nova legislatura está marcada para 13 de outubro e, a partir de então, as consultas para a formação do novo governo com o presidente Sergio Mattarella serão iniciadas. (ANSA).