União Europeia

Lorenzo Fontana é eleito presidente da Câmara da Itália

Parlamentar se notabilizou por posições contra homossexuais

Redazione Ansa

(ANSA) - O deputado de extrema direita Lorenzo Fontana, da Liga, foi eleito nesta sexta-feira (14) como novo presidente da Câmara da Itália.

O parlamentar de 42 anos venceu a disputa com 222 votos, de um total de 400, recebendo o aplauso dos deputados de direita.

Ministro da Família entre junho de 2018 e julho de 2019 e das Relações Europeias entre julho e setembro de 2019, Fontana também é vice-secretário da Liga, partido liderado pelo senador Matteo Salvini, e se notabilizou nos últimos anos por sua cruzada contra os direitos da comunidade LGBTQIA+.

Logo em seu primeiro dia como ministro da Família, o agora presidente da Câmara disse que "famílias gays não existem" e que todas as crianças devem ter "um papai e uma mamãe". Além disso, sempre defendeu que filhos de casais homoafetivos nascidos no exterior não fossem reconhecidos na Itália.

Fontana também já propôs a revogação de uma lei que pune a apologia ao fascismo e é contra as sanções impostas à Rússia pela União Europeia. Durante a votação, deputados de centro-esquerda estenderam uma faixa com os dizeres: "Não a um presidente homofóbico e pró-Putin".

"Agradeço a quem me votou e a quem não me votou. Será uma honra dirigir o Parlamento", disse Fontana, que foi eleito presidente da Câmara com o apoio da coalizão conservadora encabeçada por Giorgia Meloni, futura premiê da Itália.

"Nossa nação é multiforme e com diversas realidades históricas e territoriais que a tornaram grande. A grandeza da Itália é a diversidade", acrescentou.

Já Meloni comemorou a vitória de seu aliado. "Estamos caminhando rapidamente. Estou contente e parabenizo Fontana", afirmou a líder do partido Irmãos da Itália (FdI), que elegera na última quinta (13) Ignazio La Russa, um nostálgico do fascismo que guarda bustos de Mussolini em sua casa, como presidente do Senado.

O apoio a La Russa, no entanto, não foi unânime dentro da maioria, já que o Força Itália (FI), partido conservador de Silvio Berlusconi, boicotou a votação no Senado por causa do veto de Meloni a Licia Ronzulli, aliada do ex-premiê, para um cargo no ministério.

"Ontem houve um pequeno acidente de percurso. A centro-direita [como a coalizão é chamada na Itália] governará bem por cinco anos", contemporizou Salvini nesta sexta.

Com a definição dos líderes da Câmara e do Senado, o próximo passo agora é a formalização dos grupos parlamentares. Após essa etapa, o presidente da Itália, Sergio Mattarella, se reunirá com cada bancada antes de entregar a Meloni a tarefa de formar o novo governo. (ANSA)

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