(ANSA) - A deputada de extrema direita Giorgia Meloni, do partido Irmãos da Itália (FdI), reivindicou nesta sexta-feira (21) o cargo de primeira-ministra.
Após reunião com o presidente Sergio Mattarella, a parlamentar de 45 anos, vencedora das eleições de 25 de setembro, disse ter sido indicada para chefiar o governo pela coalizão de direita, que tem ampla maioria na Câmara e no Senado e ainda inclui os partidos de Silvio Berlusconi e Matteo Salvini.
"A delegação da centro-direita [como a coligação é chamada na Itália] que se encontrou com o presidente apontou a necessidade de dar um novo governo no menor tempo possível porque as urgências são muitas em nível nacional e internacional. Toda a coalizão propôs a subscrita de forma unânime", disse Meloni após a reunião, com Salvini e Berlusconi a seu lado.
"Esperamos as determinações do presidente da República e estamos prontos", acrescentou a futura premiê, que foi convocada para voltar a Mattarella às 16h30 (11h30 em Brasília), possivelmente para receber o encargo. Já o juramento está previsto para domingo (23).
O encontro com o presidente durou cerca de 10 minutos e encerrou o ciclo de consultas com os partidos políticos sobre a formação do novo governo.
Meloni será a primeira mulher premiê na Itália e a primeira líder de extrema direita a governar o país desde a Segunda Guerra Mundial. Seu partido, o FdI, é herdeiro da extinta legenda pós-fascista Movimento Social Italiano (MSI), e a própria deputada já expressou opiniões simpáticas a Mussolini em sua juventude.
Hoje, no entanto, tenta se vender como uma líder moderada e responsável, tendo abandonado inclusive a proposta de tirar a Itália da zona de euro.
Ainda assim, construiu sua trajetória política com um discurso anti-migrantes, e uma de suas bandeiras é impor um bloqueio militar no Mediterrâneo para impedir a chegada de deslocados internacionais.
No poder, Meloni promete respeitar as regras orçamentárias da União Europeia e manter a política externa de Mario Draghi, incluindo o apoio incondicional à Ucrânia na guerra contra a Rússia.
Nos últimos dias, declarações de Berlusconi alinhadas ao Kremlin já criaram uma saia justa para Meloni, que deu um ultimato ao ex-premiê, afirmando que quem não se alinhar à UE e à Otan "não poderá fazer parte do governo". (ANSA)
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