(ANSA) - O coordenador nacional do partido conservador Força Itália (FI), Antonio Tajani, foi escolhido nesta sexta-feira (21) como o novo ministro das Relações Exteriores do país.
Com uma longa carreira na comunicação e na política da Itália, Tajani também dividirá a função de vice-premiê com o líder da Liga, Matteo Salvini, eleito como ministro da Infraestrutura.
Nascido em 4 de agosto de 1953 em Roma, Tajani se formou em Direito na Universidade de Sapienza, na capital italiana, atuando em diversas publicações do país como jornalista.
O italiano foi redator do "Il Settimanale", condutor do programa "GR1", da emissora "Rai" e responsável pela redação do "Il Giornale" em Roma. Na profissão, foi enviado especial ao Líbano, Somália e, na época, União Soviética.
Antes de ingressar na política, Tajani ainda foi oficial da Aeronáutica Italiana, se especializou em controle da defesa aérea no Centro Técnico Addestrativo de Borgo Piave e foi responsável pela Sala de Controle do 33º radar da Aeronáutica Militar.
Já na política, ele foi eleito parlamentar europeu em 1994, o que foi confirmado novamente em 1999 e 2004, foi um dos fundadores do partido Força Itália e foi o seu coordenador na região do Lazio até 2005.
Neste mesmo ano, durante o governo do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, o italiano foi o porta-voz do ex-premier e tornou-se um grande aliado do político. Na última década, se candidatou, sem sucesso, a deputado da região pela cidade de Alatri e à Prefeitura de Roma, em 2001.
No entanto, Tajani foi eleito em 2002, como um dos 10 vice-presidentes do Partido Popular Europeu (PPE), a principal força política do Parlamento Europeu e sigla pela qual o político concorreu às eleições da Presidência da Casa. Deste cargo, Tajani foi reeleito em 2006, 2009 e 2012.
De 2008 a 2010, o italiano foi o comissário da União Europeia para os Transportes, no qual foi a favor ao salvamento da companhia aérea italiana Alitalia através de investimento de capital privado nela.
Entre 2010 e 2014, Tajani foi o comissário da União Europeia para a Indústria. Durante este período, o político também foi vice-presidente da Comissão Europeia. Em 2013, Tajani voltou a aderir ao FI e no começo de 2014 se tornou um membro do Comitê Presidencial do partido. Em seus 15 anos de atividade parlamentar, o italiano também participou de várias Comissões nacionais.
Em dezembro de 2016, o PPE escolheu Tajani como seu candidato nas eleições à Presidência do Parlamento Europeu. Nas votações, o italiano ficou em primeiro lugar em todas elas, sendo que na primeira votação recebeu 274 votos, na segunda teve 287, na terceira obteve 291 e na quarta ficou com 351. O político assumiu o cargo em janeiro de 2017.
Em seu perfil no Linkedin, Tajani, de 68 anos, conta sua história política e profissional e ressalta que tem "25 anos de profundo empenho com a União Europeia e seus cidadãos".
Ele, inclusive, recebeu o prêmio "Carlos V European Award" por sua carreira política e por sua dedicação à UE e às suas instituições como garantidores da paz, democracia, direitos humanos, igualdade, solidariedade e os valores que representa" e o seu trabalho "a favor de uma Europa mais competitiva que garanta um modelo eficaz de crescimento sustentável e estratégico".
Próximo de Berlusconi, Tajani, em geral, é um político apreciado por ser moderado e capaz de falar e mediar com todas as forças políticas. Apesar disso, foi alvo de críticas da oposição por não ter condições de assumir o Ministério das Relações Exteriores após a polêmica envolvendo o ex-premiê italiano e o presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Nos últimos dias, Berlusconi criou uma saia justa para a futura premiê da Itália, Giorgia Meloni, por suas posições alinhadas ao Kremlin e por ter afirmado que retomou relações com o líder de Moscou.
Tajani, por sua vez, veio a público e garantiu que "é totalmente a favor" da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e contra a invasão da Rússia à Ucrânia, enquanto Meloni deu um ultimato a Berlusconi, afirmando que quem não se alinhar à UE e à Otan "não poderá fazer parte do governo". (ANSA).